A 7 de abril, 70 pessoas foram vítimas de um ataque com recurso a armas químicas na região síria de Douma. Segundo escreve o jornal “Público”, o Kremlin russo e Bashar al-Assad, o presidente sírio, garantem que o ataque não aconteceu, mas os Estados Unidos já reagiram, e o mundo inteiro está a sofrer as consequências.
Durante a manhã desta quarta-feira, 11 de abril, o presidente norte-americano Donald Trump começou a fazer publicações na sua conta oficial do Twitter, onde informava o governo russo que podia esperar uma retaliação a este ataque em menos de 72 horas.
“A Rússia promete abater todos os mísseis que forem lançados contra a Síria. Prepara-te, Rússia, porque eles vão chegar, bonitos, novos e ‘inteligentes’! Não deviam ser parceiros do animal que gosta de matar pessoas com gás!”, pode ler-se na conta oficial de Trump.
Desde que o embaixador russo no Líbano, Alexander Zasipkin, fez a declaração a que Trump se refere, que os Estados Unidos avisaram que iam retaliar, e foram apoiados por aliados como o Reino Unido e a França, tal como avança a “SIC Notícias”.
Depois deste tweet de Trump, foi a vez de a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, se manifestar no Facebook, onde insinua que os mísseis contra o regime sírio prometidos pelos Estados Unidos poderão apagar vestígios do alegado ataque químico, que o Kremlin continua a negar.
“A ideia original é usar mísseis inteligentes para varrer os vestígios da provocação para debaixo do tapete?”, escreve Zakharova na sua página.
Tendo em conta as declarações do dirigente norte-americano, a agência europeia de tráfego aéreo, Eurocontrol, avisou todas as companhias aéreas para que tomem precauções durante as próximas 72 horas quando estiverem a sobrevoar a zona Leste do Mediterrâneo, em particular, o espaço aéreo sírio, escreve o espanhol “El País”.
Abrindo a plataforma de controlo de tráfego aéreo Flight Radar 24, é fácil observar que são poucos os aviões que arriscam sobrevoar esta zona. No entanto, existem alguns voos que não se podem desviar na totalidade da sua rota, principalmente os que se destinam à capital síria, Damasco.
Ainda não se sabe ao certo o que irá acontecer, nem quando, mas a disputa entre Estados Unidos e Rússia parece estar para durar, e Donald Trump até já referiu que a relação entre os dois países está pior do que durante a Guerra Fria.
Our relationship with Russia is worse now than it has ever been, and that includes the Cold War. There is no reason for this. Russia needs us to help with their economy, something that would be very easy to do, and we need all nations to work together. Stop the arms race?
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) April 11, 2018