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Ilha dos Amores: a ilha mais secreta e paradisíaca do rio Douro

Nasceu de um romance que terminou em tragédia. Agora, é frequentada por casais apaixonados que até se casam em segredo.
Uma ilha romântica no Douro.

No concelho de Castelo de Paiva, onde se juntam os rios Paiva com o Douro, está escondida a Ilha dos Amores. Este pedaço de terra, a menos de 60 quilómetros do Porto, também é conhecido como Ilha do Outeiro ou Ilha do Castelo. O concelho onde está situada recebeu este nome justamente por causa da descoberta das ruínas do castelo que, em tempos, existiu por ali.

Uma lenda alimentada pelos moradores conta a história de um amor proibido entre um jovem lavrador e uma fidalga de sangue azul cujos encontros amorosos eram controlados pelo pai autoritário. De acordo com esta história, certo dia um nobre pediu a mão da jovem e o lavrador ficou de coração partido com a possibilidade de perder o amor da sua vida. O casamento de conveniência era habitual na altura. Num ato de loucura, o camponês decidiu tomar medidas extremas. Ao avistar o aristocrata a passear na beira do Douro, matou-o e depois atirou-o ao rio para apagar qualquer vestígio do crime.

Com medo de ser descoberto e por saber que seria o suspeito número um do homicídio, escondeu-se na pequena ilha deserta. Algum tempo depois, o rapaz começou idealizar um plano para raptar a namorada e levá-la consigo para a ilha. Mas quando o casal atravessou o rio numa pequena embarcação em direção ao tal esconderijo, formou-se uma tempestade e o rio engoliu a barca onde os dois estavam. Diz-se que terá sido o espírito do nobre a vingar a sua morte. E assim nasceu o nome Ilha dos Amores.

Mitos à parte, a localização geográfica da ilha,. sobretudo durante a época romana e na Idade Média, valeu-lhe uma enorme importância estratégica. Há um documento de 1107 que faz referência ao primitivo porto de Paiva e também vestígios de uma torre defensiva do século XII.

De acordo com o site da Câmara Municipal de Castelo Paiva, a Ilha dos Amores foi um local de culto no período medieval e chegou a ter uma capela dedicada a São Pedro.

“Podemos observar na ilha as ruínas desta ermida. Teria sido construída no século XV e viu novamente a luz do dia, depois das escavações arqueológicas levadas a cabo em 1998, e que puseram a descoberto as suas ruínas”.

A ilhota é situada na intersecção entre os distritos de Porto, Viseu e Aveiro.

Antes da construção da barragem de Crestuma — Lever, a ilhota estava ligada à margem direita do rio Paiva. Durante algum tempo, sobretudo no verão, era possível fazer a travessia a caminhar pelo areal. Este pequeno pedaço de terra tem 29 metros de altitude e 140 metros quadrados e é capaz de surpreender os visitantes. 

No seu ponto mais alto, ainda existem marcas de uma torre defensiva da Idade Média e é possível avistar três concelhos: Castelo de Paiva, Marco de Canavezes e Cinfães. É um verdadeiro oásis no meio dos rios com plantas rasteiras e árvores altas e imponentes. Por ali existem carvalhos, oliveiras, freixos, juncos e tamargueiras, entre outras espécies.

Apesar de ser conhecida por um romance trágico, continua a atrair muitos casais. Alguns deles até se casaram nesta ilha. Com mais ou menos romance, é também um destino para muitos jovens que praticam desportos náuticos ou que gostam de acampar durante as férias. 

A melhor maneira de chegar à Ilha dos Amores é através de canoa ou com a ajuda de algum barqueiro local, a partir da Praia do Castelo, no município de Castelo de Paiva, no norte do País.

É preciso alugar um barco ou uma canoa para chegar na Ilha dos Amores.

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