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Letícia vai subir ao Kilimanjaro para lutar pelos direitos das mulheres em África

A madeirense de 27 anos é uma das voluntárias do desafio e está a angariar fundos para a causa.
É uma missão solidária.

“Se puder ajudar alguém, por que não fazê-lo?” A madeirense Letícia Pinto, de 27 anos, sempre gostou de estar envolvida em projetos de voluntariado.  Mestre em Psicologia, a jovem de 27 anos tem o sonho de viver num mundo onde as oportunidades sejam “justas e acessíveis a todos”.

“Ainda é necessário lutar pela igualdade de género, por todas as mulheres que não têm voz”, defende. Começou por juntar-se a um projeto de mentoria onde ajuda pessoas que vivem em África a entrar para o mercado de trabalho, desde a criação de currículos à preparação para entrevistas. 

Agora, prepara-se para um desafio ligeiramente mais exigente: vai subir ao Kilimanjaro, o ponto mais alto de África, com uma altura de 5.895 metros, para angariar fundos para ajudar mulheres em situações de emprego precárias na Tanzânia.

“É um projeto está enquadrado com a empresa onde trabalho, a Randstad Global, que promove muito a solidariedade e o impacto social. Fizeram uma parceria com a Voluntary Services Overseas (VSO)”, explica Letícia Pinto à NiT.

Já não é a primeira vez que trabalham em conjunto com a organização de desenvolvimento sem fins lucrativos, com a visão de um “mundo justo para todos” e a missão de criar mudanças duradouras através do voluntariado. Desta vez, o desafio é juntar um grupo de funcionários para subir à montanha mais alta do continente africano. 

Quando a madeirense ouviu falar do desafio pela primeira vez, o primeiro pensamento foi: “gostava de o conseguir fazer”. “Além de toda a vertente social, foi o empurrão que precisava para tentar ser mais ativa. Pratiquei natação há uns anos e costumava correr todos os dias, mas com o trabalho deixei o exercício mais de parte”, confessa.

 
 
 
 
 
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Desde que aceitou a missão — é a única participante portuguesa no projeto —, começou a treinar cerca de quatro vezes por semana, variando entre caminhada, corrida e bicicleta. A preparação física é “um dos principais desafios”, mas a jovem confessa que um dos maiores receios é a forma como o seu organismo irá reagir à altitude.

Dor de cabeça, cansaço, náusea ou falta de ar são alguns dos sintomas que podem surgir com a chamada doença da altitude. “Aqui na Madeira não tenho nada assim tão alto e não sei como é o que o corpo irá reagir. Tenho de estar preparada nesse sentido, mas acho que é um medo geral”, confessa.

Desde agosto que o grupo tem reuniões online a cada 15 dias onde falam sobre tudo o que os espera. “Não vamos sozinhos, temos guias que vão connosco e ajudam-nos a levar os equipamentos. Não temos tanta preparação quanto eles, mas são-nos dadas dicas do que podemos vestir ou que snacks podemos levar”, revela.

Antes da expedição, que começa a 1 de fevereiro, cada participante tem o objetivo de angariar cerca de 5.000€ para ajudar à causa. O crowdfunding aberto por Letícia já está disponível online e, até à data de publicação deste artigo, foram angariados 1.300€.

“Todo o valor será doado para ajudar as mulheres com empregos precários na Tanzânia, que muitas vezes não recebem salários justos ou nem sequer conseguem geri-lo”, diz. A melhoria dos meios de subsistência e do bem-estar de 100 mulheres jovens e marginalizadas, com idades entre 18 e o 35 anos, é o principal objetivo do projeto.

A verba arrecadada será utilizada para promover o acesso à formação e educação, para possibilitar a realização de estágios em empresas do setor privado, obter equipamentos de proteção individual, dar acesso a melhores equipamentos e materiais para auxiliar na realização das várias tarefas e para possibilitar o pagamento de salários justos, entre outras iniciativas. O investimento ajudará também a fornecer serviços de creche às mulheres, para terem um local seguro onde deixar os filhos enquanto trabalham.

O objetivo é chegar à Tanzânia a 1 de fevereiro, já com todo o valor angariado, e começar a subida no dia seguinte. A chegada ao topo deverá acontecer no dia 7.

Apesar da ajuda da Randstad, mais de 50 por cento da despesas (aproximadamente 3.000€) é financiada pelos próprios voluntários. As doações podem ser feitas através do MB Way, para o número 926 328 370. Pode acompanhar todo o projeto nas redes sociais da madeirense.

 
 
 
 
 
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