Percursos pedestres, lagos fascinantes com tonalidades surreais, e paisagens montanhosas de uma beleza incomparável. As Dolomitas, uma cadeia montanhosa dos Alpes italianos, cativam qualquer um e a criadora de conteúdos digitais Liliana Filipa também se deixou encantar por este destino.
A influencer, de 29 anos, está de férias na região e tem partilhado nas redes sociais como está “impressionada com os cenários” do norte de Itália. Entre as várias publicações que tem feito nos últimos dias, uma delas — uma story que, entretanto, apagou — suscitou diversas críticas. No vídeo em questão, Liliana surgia a nadar num lago onde esta atividade é proibida desde 2019.
O lago em questão é o Sorapis, considerado uma das joias naturais do continente europeu. Situado a 1.923 metros acima do nível do mar, o seu destaque principal é a cor azul-turquesa das suas águas límpidas, rodeadas pela vegetação selvagem. Embora o cenário convide ao mergulho, os turistas devem resistir a essa tentação.
Desde 1 de agosto de 2019, a prática de banhos, assim como os passeios de barco neste local classificado como Património Mundial da UNESCO, foram proibidos para proteger o seu ecossistema. As infrações a estas normas podem resultar em multas até 500€. Supostamente, existem placas a informar da proibição, contudo, Liliana Filipa assegura à NiT que não avistou nenhuma.
“Só descobri [que era proibido] depois. Quando cheguei já lá estavam outras pessoas a nadar e não vi nenhuma placa a avisar, nem nenhum tipo de proteção no local”, explica.
A impressionante cor do lago resulta da fina poeira da rocha proveniente do glaciar com o mesmo nome, cuja água derretida na primavera e no verão forma o lago e confere a sua característica cor turquesa. Este ecossistema, embora único, é vulnerável e ameaçado pelos visitantes que recebe diariamente. A melhor altura para visitar este paraíso, considerado um dos mais belos locais das Dolomitas, é entre junho e setembro, quando a neve branca dá lugar às águas turquesa.
O acesso ao lago é possível apenas a pé ou de helicóptero. O modo mais acessível é, sem dúvida, a pé, embora implique percorrer um trilho de 10,4 quilómetros. A caminhada leva cerca de quatro a cinco horas, ida e volta. Embora existam trechos planos e fáceis, há também secções que exigem algum esforço, como escadas e passagens estreitas.
O percurso começa e termina no Passo Tre Croci, onde se deve seguir o trilho número 215, iniciando assim uma aventura pela floresta, com vista para as montanhas Cristallo, Popena, Cadini di Misurino e Tre Cime di Lavaredo.
Após um troço inicial relativamente plano, o trilho torna-se progressivamente mais difícil, especialmente para quem não tem grande afinidade com alturas, pois será necessário subir escadas de metal e segurar-se a cabos para não cair no vale. Trata-se de uma “mini via ferrata”, mas não é necessário equipamento especial para a atravessar.
O esforço será recompensado ao chegar ao famoso lago azul sob o majestoso Monte Sorapis e poderá aproveitar para captar algumas fotografias deste cenário natural que parece retirado de um filme. Se lhe apetecer nadar, o ideal será dirigir-se a outros lagos, como Bai de Dones, Federa ou Ghedina.
Como lá chegar
O lago de Sorapis está localizado na província de Belluno, na região de Veneto, no nordeste da Itália. O aeroporto mais próximo é o de Veneza, que fica a pouco mais de uma hora de carro.
Se partir de Lisboa, encontra bilhetes de ida e volta desde 88€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 107€ e 144€, respetivamente.
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