Bem no Centro de Portugal há uma região que tem tudo aquilo que procuramos para descansar: boa comida, património rico, atividades de lazer e natureza sem fim para explorar. E, mesmo sem mar à vista, não lhe faltam praias maravilhosas.
Começamos precisamente por um dos espaços mais emblemáticos no Médio Tejo: a Albufeira de Castelo do Bode. Este é o epicentro das atividades náuticas, com o wakeboard a destacar-se como um desporto que atrai cada vez mais turistas para a região. Numa extensão de 33 quilómetros quadrados, integra a bacia do rio Zêzere, percorrendo seis concelhos — Abrantes, Ferreira do Zêzere, Sardoal, Sertã, Tomar e Vila de Rei. Nesta que é já considerada uma Estação Náutica, não faltam atividades para preencher os dias, onde se incluem, além do wakeboard, passeios de barco, vela, remo, jet ski ou pesca. A Praia Fluvial de Castanheira, conhecida também como Lago Azul, em conjunto com as praias de Aldeia do Mato, Fernandaires, Montes e Trízio compõem esta estância de wakeboard, um conceito único e inovador no País.
Os fãs da história de Portugal devem incluir a visita ao Castelo de Almourol. Por outro lado, os adeptos do ar livre podem partir à descoberta dos trilhos do Paul do Boquilobo, em Torres Novas, da Grande Rota do Carso, que atravessa o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, ou das gravuras rupestres do vale do Ocreza, em Mação.
Se a natureza for mesmo o que procura, Constância é outro concelho onde vale a pena passar uns dias. Aliando a educação a este ambiente tranquilo do campo, o Parque Ambiental de Santa Margarida e o Centro Ciência Viva — Parque de Astronomia têm diversas atividades e espaços para visitas em família ou de escolas.
Em Ourém, o Passadiço do Agroal é uma das novidades do concelho. Inaugurado no verão de 2021, permite o acesso a uma praia fluvial com bandeira azul. Além deste, a região conta com mais dois novos percursos junto ao Tejo: os Passadiços de Ortiga, em Mação, e o Trilho Panorâmico do Tejo, em Vila Nova da Barquinha.
Caminhos de fé e história do País juntam turistas no Centro de Portugal
Incontornável local de culto, o Santuário de Fátima é um espaço sagrado onde a energia é sentida por qualquer um, seja cristão, crente de outra religião ou nenhuma das duas. Por aqui passam milhares de peregrinos todos os anos. O Convento de Cristo, em Tomar, a apenas meia hora de distância de carro, é outro ícone cultural cheio de história, exemplo marcante da herança templária presente no Médio Tejo, e considerado pela UNESCO como Património da Humanidade. Com um forte turismo religioso, ou não passasse também em Tomar o Caminho de Santiago, é ainda possível visitar a Sinagoga de Tomar — o único templo hebraico proto-renascença existente no nosso país.
Se tiver miúdos, a NiT sugere uma visita ao Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento. Com mais de 36 mil peças para descobrir, aqui é possível entrar no Comboio Real ou até conduzir um quadriciclo nas linhas do museu.
Mesas cheias e vinho secular para acompanhar
Onde há rio, não falta peixe. Por isso, aproveite para fazer uma visita na época típica da lampreia (de fevereiro a abril), ou opte pelo sável em qualquer altura. Mas o Médio Tejo tem várias outras sugestões maravilhosas, como a nutritiva sopa de couve com feijão, os maranhos ou bucho recheado, da Sertã, e a morcela de arroz. Os fãs de frutos secos têm de passar obrigatoriamente por Torres Novas. Enquanto que os mais dados aos doces não têm com que se preocupar. Um pouco por todos os concelhos é fácil encontrar a boa doçaria da região, como queijinhos do céu, fatias de Tomar, palha de Abrantes, tigeladas, ferroviários, bons maridos, boas esposas e tantos outros. Claro que não pode ficar de fora o vinho medieval de Ourém, que remonta aos ensinamentos vinícolas dos monges do século XII.
Terminar de escrever sobre o Médio Tejo e não referir que fica aqui o Centro de Portugal seria uma ofensa — um pouco mais pequena do que não saber de todo essa informação —, portanto fica a nota. Passando por Vila de Rei, não deixe de subir ao Picoto da Melriça, onde encontrará o Centro Geodésico de Portugal e uma paisagem de serra infinita. Se ficar por aqui mais uns dias, vale a pena visitar também os Passadiços do Penedo Furado e a Aldeia do Xisto de Água Formosa. Se este aglomerado típico for um passeio agradável, fica ainda a sugestão de visitar outra Aldeia do Xisto a menos de uma hora de distância, em Pedrógão Pequeno, na Sertã.
A região é composta por 13 concelhos, todos eles com uma herança cultural e natural que vale a pena explorar: Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.
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