Viagens

Nova rota de 270 quilómetros atravessa mais de 20 ilhas europeias quase desconhecidas

O Arquipélago de Estocolmo, na Suécia, agora está conectado por um trilho que percorre vários paraísos insulares.
Conecta 22 ilhas.

Poucos sabem que, bem perto da cidade de Estocolmo, na Suécia, há todo um mundo mágico composto por mais de 30 mil ilhas. O Arquipélago de Estocolmo — um dos maiores do Mar Báltico — esconde as paisagens mais incríveis do país.

De Öregrund no norte a Landsort no sul, cada uma destas ilhas e ilhotas tem o seu próprio caráter. Habitado desde o século VI, a pesca e a agricultura foram o principal sustento dos primeiros habitantes do arquipélago. Hoje, transformou-se num local de veraneio para os suecos e turistas, que querem ver com os próprios olhos a natureza intocada e a beleza inigualável do mar.

Desde o outono que explorar o destino se tornou mais fácil e interessante. Tudo graças ao Trilho do Arquipélago de Estocolmo, ou Stockholm Archipelago Trail (SAT), uma rota de 270 quilómetros, inaugurada em novembro, que conecta 22 ilhas.

Cada etapa é única e pode ser alcançada pelo sistema de transporte público de ferry. “O propósito é cuidar da natureza sensível do arquipélago, destacar a cultura e criar possibilidade para que mais pessoas se acomodem aqui”, lê-se no site oficial.

A rota faz a ligação entre a ilha de Arholma, no extremo norte, até Oja, no extremo sul, por caminhos sinalizados que antes não existiam. A SAT abriu “as ilhas ao público como nunca aconteceu” e vem comprovar que são perfeitas para uma exploração mais profunda a pé.

O projeto surgiu graças a uma conversa casual entre Marie Östblom, gerente da Stockholm Business Region, uma agência de desenvolvimento de negócios na região, e o cofundador do ÖtillÖ (corrida de alta resistência no arquipélago). Juntos, tentaram encontrar uma forma de tornar a região atrativa em qualquer época do ano, já que o boom do turismo dura apenas oito semanas, desde o final de junho a agosto.

“Já recebemos muitos visitantes, mas costumam fazê-lo de maneiras particulares. Por exemplo, as visitas em barcos particulares são populares, mas aqueles que o fazem provavelmente não se aventuram mais do que 50 metros para o interior do cais”, explicou um dos fundadores, Michael Lemmel, à BBC.

O objetivo é que o novo trilho ajude a estender a temporada, aumentar o movimento e dar aos negócios locais motivos para permanecerem abertos por mais tempo. Até à criação da iniciativa, não existia uma rede oficial de trilhos para caminhadas, tornando a exploração das ilhas mais remotas logisticamente intimidante.

 
 
Ver esta publicação no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação partilhada por Stockholm Archipelago (@archipelago.stockholm)

Dividida em mais de 20 etapas, a SAT vai desde caminhadas planas e acessíveis a passeios mais exigentes. Os visitantes podem percorrer todos os quilómetros ao longo de vários dias ou explorar apenas uma das localidades.

O percurso passa, por exemplo, pela ilha de Sandhamn, que fica a cerca de três horas de barco desde Estocolmo. Apesar da localização remota, o destino é popular entre os viajantes desde o século XIX, quando as pessoas mais abastadas começaram a ser atraídas pelas praias brancas e construíram casas de férias no local. 

Hoje, mantém muito da arquitetura desses dias dourados e abriga o único hotel aberto o ano todo no arquipélago: o Sandhman Seglardhotell. O trilho fica a poucos passos da unidade hoteleira e estende-se ao longo de 10 quilómetros. Tudo começo num passadiço junto ao mar, mas os aventureiros entram depois para dentro da floresta, o grande destaque deste percurso.

De Sandhman pode depois apanhar um barco até Utö, uma das maiores ilhas do arquipélago do sul e a mais distante em águas desprotegidas. Com pouco mais de 120 habitantes, o percurso de 16 quilómetros é ligeiramente mais exigente. “Aqui encontra uma pequena comunidade, um movimentado local no verão, afloramentos rochosos, bosques, estradas de cascalho, trilhos técnicos, o mar e tranquilidade”, lê-se no site.

Atravessando uma pequena ponte de terra, é possível chegar a Ålö, uma ilha ainda mais remota, apenas com duas casas, quatro moradores e uma quinta. É a etapa mais selvagem de toda a rota. Ao longo de 12,4 quilómetros, vai percorrer caminhos rochosos, falésias e florestas encantadores. O destaque são as vistas, já que o percurso é feito sempre próximo ao mar.

De Ålö, pode apanhar outro barco até Nåttarö, famosa pelas suas praias e pelas dunas, que fazem parte do percurso de 10 quilómetros. Arholma, Lidö, Furusund, Yxlan, Ingmarsö, Brottö, Svartsö, Möja, Sandhamn, Grinda, Runmarö, Nämdö, Ornö, Fjärdlång, Rånö e Landsort são outras das ilhas incluídas no roteiro.

Como não existe propriamente um começo ou um fim, os visitantes podem escolher as ilhas que querem explorar. Cada trilho está sinalizado com marcadores amarelos e azuis nas árvores. O site Stockholm Archipelago Trail tem informações completas sobre cada trilho, bem como mapas interativos e sugestões de alojamentos — apesar de ser possível acampar em qualquer ilha.

Como lá chegar

É possível apanhar a maioria dos barcos até às ilhas em Estocolmo. Se partir de Lisboa para a capital sueca, encontra bilhetes de ida e volta desde 130€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 76€ e 161€, respetivamente.

Carregue na galeria para conhecer alguns dos trilhos e ilhas que fazem parte do percurso.

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT