As Dolomitas, uma impressionante cadeia montanhosa situada nos Alpes italianos, destacam-se pela sua beleza natural ímpar e são um verdadeiro refúgio para os amantes de ar puro, da contemplação da natureza e de caminhadas. No verão passado foi inaugurada uma rota que permite explorar o interior desta magnífica região montanhosa da Itália.
O percurso circular denominado Cammino Retico estende-se por 170 quilómetros e liga várias vilas remotas e menos conhecidas nas regiões de Veneto e Trentino. O nome, que em português significa Caminho Rético, é uma homenagem ao antigo povo Raeti que habitou a região durante os tempos pré-romanos.
A ideia de criar este trilho partiu da associação Carpe Diem, formada no final de 2023 por um grupo de amigos, com a missão de promover o conhecimento da zonas de Itália menos exploradas. “O grande impulsionador foi Francesco De Bortoli. A sua paixão pela natureza, pela história e pela cultura dos lugares levou-o, já em 2018, a sonhar com um percurso que atravessasse múltiplos territórios”, descrevem no site da associação.
Este projeto propõe uma forma de viajar que “privilegia a qualidade em detrimento da quantidade”. O percurso inclui planaltos como Sobramonte e Lamon, passa pelo bairro de Tesino, por Fonzaso, pelos lagos de Corlo e Arsiê e pelo vale de Seten, promovendo um contacto mais próximo com as diversas paisagens e culturas locais.
O Cammino Retico abrange aproximadamente 10 vilas isoladas, situadas entre os 400 e os 1.500 metros de altitude, e pode ser realizado em sete dias. Com um formato circular, o percurso começa e termina em Aune di Sobramente, no município de Belluno.
O itinerário segue “os traços do antigo povo Raeti” e inclui planaltos, vales, aldeias montanhosas e locais históricos. “É uma oportunidade para os turistas descobrirem a cultura e as tradições destas áreas rurais menos conhecidas. E caminhar é a melhor maneira de o fazer”, destaca Francesco De Bortoli, citado pela “Euronews”.

A caminhada inclui vários pontos de interesse histórico, como o Monte Avena, onde foram encontrados vestígios de população neandertal, o Santuário dos Santos Vittore e Corona, datado do século XII, e a Villa delle Centenere, do século XVII.
Aproximadamente 20 por cento do percurso é realizado em estradas secundárias asfaltadas, enquanto o restante divide-se entre estradas de terra batida e ciclovias, num ambiente montanhoso. Cada etapa tem uma média de 20 quilómetros a percorrer diariamente.
Neste momento, a rota só pode ser percorrida a pé, mas a partir do verão de 2025 será acessível também a ciclistas, com a abertura de uma ciclovia dupla. Semelhante ao que acontece com a Estrada Nacional 2 (EN2) em Portugal, a associação oferece um passaporte a todos os aventureiros que desejem completar o trilho. A cada etapa, os caminhantes recebem um carimbo que valida a sua passagem.
No que diz respeito à estadia, os caminhantes têm a opção de acampar nas montanhas ou de pernoitar em diversos alojamentos, existindo mais de 50 opções disponíveis ao longo da rota. As informações detalhadas sobre o Cammino Retico podem ser consultadas online.
Como lá chegar
Para percorrer esta nova rota nas Dolomitas, o melhor é voar para o aeroporto de Veneza, a cerca de 1h30 de Belluno, onde começa o percurso. Se partir de Lisboa, encontra bilhetes de ida e volta desde 52€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 59€ e 148€, respetivamente.
Carregue na galeria para ver os principais pontos de interesse do trajeto.