Cercado por montanhas e a poucos passos do mar, o imponente castelo do príncipe Eric é uma das peças centrais em “A Pequena Sereia”, o filme da Disney de 1989, baseado no livro clássico de Hans Christian Andersen. Com torres altas e muralhas de pedras, a construção fictícia não passa despercebida aos olhos dos espectadores — nem a Ariel, que se apaixonou pela fortificação assim que a viu pela primeira vez.
“Foi construído com uma espécie de pedra amarela-clara e brilhante; tinha grandes escadarias de mármore, e uma delas ia até o mar”, escreveu Andersen em 1837. A aparência remete para os castelos da Europa medieval, uma afirmação que não é assim tão descabida.
É impossível negar as semelhanças com o Castelo de Chillon, na Suíça. Embora não seja uma réplica, a fortificação serviu de inspiração arquitetónica para a residência do príncipe Eric do filme da Disney.

Situado nas margens do lago Léman (o maior da Europa ocidental), em Veytaux, é um dos monumentos mais visitados do país e um dos mais bem preservados da Europa. Construído sobre um rochedo do século X, inicialmente serviu como um posto de defesa medieval, mas, ao longo do tempo, tornou-se residência dos duques de Saboia, uma importante família nobre da época.
Por estar numa localização estratégica, a família conseguia lucrar com a rota norte-sul da Via Francigena, um caminho muito popular entre comerciantes e peregrinos que se dirigiam a Roma. Depois de Pedro II de Saboia ter convertido o castelo numa residência de verão, os cofres subterrâneos foram transformados numa prisão, no século XVI.
Foi lá que ficou François Bonivard, um monge e político de Genebra que incitou o povo a revoltar-se contra a Casa de Saboia e acabou preso durante seis anos, entre 1530 e 1536. A história inspirou o poeta Lord Byron a escrever “O Prisioneiro de Chillon”, em 1816. A ideia de escrever uma obra que narra a desgraça do monge surgiu quando o poeta britânico decidiu visitar o monumento, tendo caminhado pela masmorra onde Bonivard esteve preso.
O castelo passou a ser propriedade de Vaud no final do século XVIII, que o usou para guardar armas e munições e, posteriormente, como uma prisão estadual. Após o trabalho de restauração no século XIX, tornou-se numa das atrações mais populares da Suíça.
O facto de estar localizado à beira de um lago, em vez de no topo de uma montanha, como é habitual, é um detalhe que contribui para que milhares de turistas se desloquem até lá para o ver — incluindo personalidades bem conhecidas. O castelo já recebeu a visita de escritores famosos, como Ernest Hemingway e Victor-Marie Hugo, e do filósofo Jean-Jacques Rousseau. Os pintores William Turner e Gustave Courbet posteriormente imortalizaram a sua silhueta em telas.
@swiss_kurds Chillon Castle is located on a rock on the banks of Lake Geneva. The water castle is the most visited historic building in Switzerland. #switzerland #castlechillon #landscape #historicalplace #village #beautifulview #swiss #schweiz #travel #swisstravel
A fortaleza continua aberta aos visitantes, que podem explorar as várias torres de defesa e muralhas de pedra. Uma das áreas mais conhecidas é a prisão subterrânea, onde o prisioneiro Bonivard foi mantido, com as suas correntes ainda visíveis no local. No interior encontram-se ainda salas com móveis medievais, como a Sala dos Duques, onde eram realizadas reuniões importantes. O pátio central com uma pequena capela e jardins são outros dos destaques.
Durante a visita também é possível subir até à torre principal, que oferece uma vista panorâmica. Já para os amantes de literatura, não podem deixar de conhecer a Poetry Room, um espaço dedicado ao poeta britânico Lord Byron, onde é possível ler excertos da sua obra.
As visitas geralmente duram entre 1h30 a duas horas e os bilhetes, que podem ser comprados online, custam 15,99€.
Como lá chegar
Chegar a Chillon é fácil, uma vez que fica perto de duas estações de comboio. A mais próxima é a Veytaux Chillon, onde chegam comboios diretamente de Lausanne. A viagem demora cerca de 30 minutos.
O aeroporto mais próximo é o de Lausanne é o de Genebra, que fica a cerca de 50 minutos. Se partir de Lisboa, encontra bilhetes de ida e volta desde 58€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 50€ e 83€, respetivamente.
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