É a conversa típica dos grupos de amigos: “quando crescermos e formos reformados, vamos viver todos juntos”. A ideia raramente se torna realidade, no entanto, foi mesmo isso que aconteceu com o grupo de amigos de Fred e Jodi Zipp, nascidos nos EUA.
Juntamente com outros três casais, com quem mantêm uma amizade há mais de duas décadas, decidiram construir uma comunidade de pequenas casas, para que pudessem viver perto uns dos outros. Com o desejo de se tornarem vizinhos para envelhecer juntos, criaram uma pequena vila sustentável e comunitária que se tornou viral nas redes sociais.
Fartos da azáfama da cidade de Austin, no Texas, o grupo de oito pessoas começou a procurar um refúgio afastado do centro urbano, onde pudessem andar de bicicleta à vontade, reconectar-se com a natureza e recarregar as energias. Foi no meio dessa busca que encontraram um terreno isolado com cerca de quatro hectares, repleto de carvalhos.
Pouco ou nada existia naquela propriedade, perto do rio LLano, a cerca de uma hora de Austin, mas viram ali potencial para criar o que idealizavam. Sabiam, contudo, que iria dar trabalho. “Quando o vimos pela primeira vez, não era propriamente muito convidativo”, revelou ao “Garden and Gun”, Jodi Zipp, de 67 anos, que trabalhou como jornalista no “Austin American-Statesman”.
Durante os seus 32 anos de carreira, teve oportunidade de participar em vários trabalhos de sustentabilidade, sobretudo aqueles que diziam respeito ao problema de seca no estado do Texas. Desde o início que o grupo queria criar um retiro que pudesse reservar o máximo de água possível para as árvores e plantas nativas.
“Manter a pegada mínima e os custos baixos, ao mesmo tempo que construímos um complexo elegante e confortável, era uma prioridade”, confessou. O próximo passo foi, portanto, encontrar um arquiteto com visões semelhantes — e entraram em contacto com Matt Garcia, natural de Austin.
Conhecido por ser o mestre da construção modular no Texas, criou um projeto para quatro pequenas casas com cerca de 32 metros quadrados para cada casal. Todas as unidades de alojamento foram construídas com um telhado borboleta, também conhecido como telhado em V invertido, com duas superfícies inclinadas que permitem capturar a água da chuva.
Cada edifício tem exteriores de metal enrugado, enquanto os interiores são decorados com madeira compensada, um material que, além de reduzir os custos, promove a sustentabilidade. “Queríamos apenas algo que desse uma sensação aconchegante que compensasse o frescor do metal do lado de fora”, disse o arquiteto.
Cada casa está equipada com uma cama de casal (três delas têm também um sofá-cama) e tem a sua própria vista para o rio, sem nenhuma estrutura a obstruir o cenário.
Além das habitações, o grupo ainda precisava de uma área comum para se reunir para refeições e receber amigos e familiares. Nesse sentido, o arquiteto projetou um edifício comum com 139 metros quadrados, que esconde no seu interior uma cozinha com um fogão de estilo comercial e um frigorífico enorme.
Há ainda um pequeno quarto de hóspedes equipado com beliches e uma grande varanda com uma mesa de piquenique octogonal de madeira, que tem sido o local de eleição para assistir ao pôr do sol.
O complexo, que ficou conhecido como “Bestie Row”, ficou concluído em 2015, mas começou a ganhar popularidade há cerca de dois anos, quando começou a ser partilhado nas redes sociais.
Os amigos gastaram cerca de 40 mil euros para construir a pequena vila. No entanto, não passam o ano inteiro neste refúgio isolado, pelo que, quando não estão lá, costumam colocar a vila para alugar.
O Bestie Row só pode ser alugado na totalidade e os preços rondam os 1.200€ por noite, de acordo com o “The Spaces”. Neste momento, as reservas não estão abertas.
Carregue na galeria para conhecer melhor esta pequena vila construída por um grupo de amigos.