É um cliché, nós sabemos, mas a verdade é que Santorini se tornou num destino batido até à exaustão por muitos bons motivos. As falésias vertiginosas, as casas brancas empoleiradas nas escarpas, as vistas fabulosas, o azul do céu e do mar, o sol tórrido e a boa comida. É difícil dizer que não a isto.
Posto isto, há visitas e visitas a Santorini. Tudo depende, claro, do local que nos acolhe e, neste caso, dificilmente se arranja melhor do que o Mystique, um hotel que já em 2007 se preparava para ser cenário de fotos incríveis para publicar no Instagram, a rede social que nasceria três anos mais tarde.
A pouca distância de Oia e a dois passos da estrada, a entrada estreita leva a um hotel disposto na vertical, numa arquitetura simples, ao bom estilo das casas das Cíclades, só que ao contrário das restantes casas típicas, revestidas num branco angelical, o Mystique aposta em tons mais sujos, mais crus, mais texturados.
A palete de cores do hotel, seja nas paredes caiadas ou nos interiores suaves e arredondados, torna o ambiente ainda mais acolhedor, mas sempre fresco. Escavado na escarpa vulcânica junto à vila e sobre a caldeira coberta da água do mar Egeu, o hotel divide-se entre 41 alojamentos em suites e em pequenas villas privadas — que são complementadas por duas piscinas infinitas comuns, uma para todos e outra mais silenciosa, reservada só para adultos.
Algumas das suites têm direito às suas próprias plunge pools ou pequenas piscinas infinitas. Essas são, contudo, um dado adquirido para quem opta pelas mais caras e mais luxuosas villas que incluem banheiras, terraços privados e piscinas, algumas escondidas em estreitas e românticas cavernas.
As suites mais pequenas começam nos 30 metros quadrados; a villa mais espaçosa tem capacidade para quatro pessoas e uma área de 95 metros quadrados.
É verdade que o Mystique fica a poucos minutos das tradicionais e estreitas ruas de Oia, mas não vai ser fácil convencê-lo a sair. Junto à piscina infinita fica um dos dois restaurantes do hotel, o Charisma, onde se serve o pequeno-almoço e almoço, numa carta assente sobretudo em pratos mediterrânicos
No topo do hotel está o Lure, o restaurante de excelência do Mystique, comandado pelo chef francês Olivier Campanha, que criou uma carta assente nos sabores e produtos gregos que pode ser provada ao jantar. E estando no topo, a vista é claramente uma das melhores da zona.
O terraço está aberto a todos, mas há ainda uma pequena varanda privada para quem quiser um jantar mais romântico e com um pouco mais de recato. Não se esqueça de provar, por exemplo, o risotto de lagosta ou a pavlova de coentros.
O Mystique esconde ainda uma centenária adega de vinhos, para quem não dispensa a busca por um bom vinho branco para acompanhar todo o marisco da ementa. Ou então para fazer lá mesmo um jantar privado, sempre sob reserva.
Por fim, o spa, que disponibiliza não só tratamentos e massagens, como aulas de ioga e, claro, um ginásio equipado para se manter em forma. Se preferir o ar livre, experimente as íngremes escadarias de Oia.
Tudo isto tem um custo, claro. Uma noite nas suites mais baratas pode custar a partir de 800€, sendo que as vilas nunca custarão menos de 1.000€.
Como chegar lá
Infelizmente não existem voos diretos para o aeroporto de Santorini. É necessário fazer pelo menos uma escala. Se partir de Lisboa, em setembro, consegue comprar uma viagem de ida e volta por 246€. Caso saia do Porto rumo à Grécia, a viagem fica por pelo menos 424€.
Chegado ao aeroporto, precisa apenas de percorrer os 15 quilómetros que o separam do hotel. Pode fazer a viagem até Oia de autocarro, sensivelmente uma hora de duração pelo preço de três euros; ou apanhar um táxi, que faz o percurso em metade do preço, mas nunca por menos de 40€.
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