As “Maldivas das Filipinas”. Foi assim que descreveram a pequena e remota ilha de Balabac, no extremo sul do arquipélago filipino, à criadora de conteúdos Carina Pinheiro. Não foi preciso muito mais para a convencer, a ela e ao namorado, Ivo Filipe, a partir à descoberta deste paraíso secreto que ainda não viu muitos turistas. “É um destino que continua por descobrir”, revelou à NiT a influencer de 31 anos.
O casal já conhecia bem as Filipinas de viagens anteriores, mas é um daqueles destinos a que não se importam de regressar vezes sem conta. Num país como este, com mais de sete mil ilhas, não é difícil conhecer lugares diferentes a cada visita.
“Andávamos à procura de um sítio que ainda não conhecíamos e foi nessa altura que ouvimos falar de Balabac, que diziam ser uma espécie de Maldivas”, diz. Conhecido por ser o “último paraíso das Filipinas, uma vez que se situa na parte mais ao sul de Palawan, é composto por um grupo de 31 ilhas, muitas delas desabitadas.
Por estar ainda fora da rota do turismo, é preciso pesquisar um pouco para encontrar um guia que faça uma tour pelas ilhas principais, uma vez que é a única forma de lá chegar. Depois de muita pesquisa, Carina encontrou uma página de Facebook que lhe pareceu de confiança e marcou uma tour privada de quatro dias e três noites.
“A parte mais complexa é chegar de Puerto Princesa até ao porto de Buliluyan. Foram seis horas de van em estradas que não estavam em melhor condições”, conta a jovem, que fez a viagem no passado dia 17 de janeiro. Daí, seguiu num speedboat até Candamaran, viagem que demorou cerca de meia-hora, e só aí seguiu para Onok, um das principais ilhéus de Balabac.
“A primeira impressão que tive foi logo de aventura. Apanhámos muitas ondas no percurso até chegarmos à ilha, a mais bonita que visitámos e onde fui pedida em casamento”, recorda. Assim que lá chegou, comprovou o que tinha lido anteriormente: “É mesmo muito parecido com as Maldivas, com a água de um azul-turquesa, a areia muito clara e tartarugas-gigantes”, confessa.
Ali passaram a primeira noite, num glamping que oferecia acomodações como tendas, cabanas de praia ou cúpulas, todas elas com vista para a praia. Apesar de ser uma das mais bonitas, é também uma das mais pequenas, pelo que havia apenas cerca de 30 turistas quando Carina a visitou.
Ver esta publicação no Instagram
Nesse primeiro dia aproveitaram para nadar com tartarugas-gigantes e para “dar a volta à ilha”, algo que fizeram em cerca de cinco minutos. Durante o passeio, o casal viu apenas duas cabanas habitadas por locais.
De resto, só mesmo o glamping e toda a imensidão de mar. As refeições eram feitas pelos próprios guias com quem reservaram a tour, que preparavam no momento ou durante a manhã.
Já no segundo dia, após ter sido pedida em casamento no nascer do sol e com o pequeno-almoço tomado, saíram de barco para fazer snorkeling e ver as giant clams. As ostras-gigantes, em português, são os maiores moluscos bivalves existentes do mundo, podendo chegar a ter 1,2 metros de comprimento.
O guia levou-os depois a um banco de areia no meio do oceano, com imensas estrelas do mar. “Temos de ter sempre bastante cuidado porque sabemos que são frágeis, não podem ser retiradas da água”, reforça Carina.
O almoço foi em Sicsican, talvez a ilha “mais perigosa”, tendo em conta que é conhecida por ter crocodilos. Assim que o guia lhes disse para terem cuidado, ficaram “apreensivos”, mas não se cruzaram com nenhum durante a viagem.
Daí seguiram para a ilha de Candamaran, onde passaram o resto do dia a aproveitar a praia e o pôr do sol, e onde passaram as duas noites seguintes. Ao contrário de Onok, aqui já se viam mais turistas — cerca de 60 pessoas — e a estadia era feita em cabanas de madeira, também em frente à praia. “À noite havia karaoke, com muitos filipinos a cantar também. Já se viam mais negócios locais, como uma mini loja, e soube que já estão a construir um aeroporto privado”, conta.
A rotina era praticamente a mesma: acordar, dar uns mergulhos e fazer snorkeling, onde tiveram oportunidade de ver os “corais mais bonitos de sempre, estrelas do mar azuis e peixes de todas as cores”. Ainda conseguiram aproveitar a ilha de Patawan, com a sua “praia de areia branca, água azul incrível e palmeiras”, até regressarem a Candamaran para dormirem lá novamente.
Como ainda não é um destino preparado para o turismo, não aceitam cartões de crédito e é necessário levar dinheiro físico, caso queiram comprar algo nas lojas locais, que vendem álcool e comida. Quanto à eletricidade, só é possível carregar o telemóvel entre as 18 horas e as seis da manhã.
Apesar de ser comparado muitas vezes às Maldivas, é importante reforçar que Balabac não oferece comodidades de luxo, que associamos ao famoso arquipélago no Oceano Índico. “É tudo muito idílico, mas as condições são muito básicas e isso pode ser um problema para quem não está habituado. Tínhamos de tomar banho com um chuveiro lá fora, as casas de banho eram praticamente um buraco no chão e havia muitos bichos”, revela. Ali o luxo é mesmo a paisagem e as águas cristalinas e isso basta “para esquecer tudo o resto”.
Quanto ao preço da tour, pagaram 280€ por pessoa, com a estadia, a comida, transporte e todas as atividades incluídas. Carina acredita que é um “destino que vai explodir nos próximos anos”, até porque já estão a construir um aeroporto privado e um resort.
Como lá chegar
Para chegar a Puerto Princesa, onde apanha a van que o levará até aos barcos, encontra bilhetes de ida e volta, a partir de Lisboa, desde 1.150€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 1.230€ e 1.200€, respetivamente.
Carregue na galeria para ver algumas fotografias de Balabac.