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Paraíso dos foodies: esta pequena ilha na Europa tem 7 restaurantes Michelin

Comida, história e beleza natural. Malta é o destino que precisa de entrar já na sua bucket list.

A ilha é pequena, com pouco mais de 552 mil habitantes, mas o que nunca falta por aqui é, seguramente, boa comida. Aliás, Malta é um verdadeiro destino obrigatório para foodies de todo o mundo. A região tem sete restaurantes com estrelas Michelin — sendo que um dos projetos até já acumula duas distinções no famoso guia.

Antes de entrarmos pela alta cozinha, importa saber o que podemos (e devemos) provar em qualquer restaurante de Malta. Com influência das várias culturas que governaram em tempos a ilha — árabe, italiana, francesa e britânica —, os sabores são essencialmente mediterrâneos, por vezes com um certo toque picante.

O fenek é considerado o prato típico. Trata-se de coelho assado, num daqueles processos que levam largas horas de preparação e cozedura para obter um resultado tenro. Se quiser provar a receita, não precisa de procurar muito — é servida em praticamente todos os restaurantes da ilha. Lá em cima no pódio está também o lampuki, um peixe local semelhante à dourada. Neste caso, é servido de várias formas e o melhor local para o provar é em Marsaxlokk, uma vila piscatória.

Há também um snack ou entrada que ninguém pode falhar em Malta. O pastizzi é um pastel recheado com ricota ou ervilhas ligeiramente picantes.

Já entre os doces, surge uma clara influência árabe com o imqaret — de novo um pastel, mas neste caso com recheio de uma mistura de tâmaras, especiarias e citrinos. Come-se coberto de mel, geralmente acompanhado por gelado. 

“Da terra para a mesa” com a melhor vista de Valletta

É no quarto andar de um dos hotéis mais elegantes de Malta, o Iniala Harbour House, que se encontra o primeiro e único restaurante com duas estrelas Michelin da ilha. O ION Harbour by Simon Rogan ficou nas mãos do chef inglês em 2023. Em apenas um ano conseguiu alcançar este sucesso, com a entrega da segunda estrela nos prémios de 2024.

“É, sem dúvida, um dos destaques da minha carreira”, adiantou Rogan na altura. “A minha equipa e eu chegámos há apenas um ano, sabendo que queríamos trazer algo diferente para a cena gastronómica da ilha, continuando a partilhar o ethos de ‘farm to table’ pelo qual somos conhecidos globalmente”.

Sempre que possível, os ingredientes são produtos cultivados, criados ou capturados nas ilhas maltesas, que resultam depois em pratos complexos, alguns deles bem conhecidos do chef internacional, como o pudim de trufas caramelizado em mel de alfarroba ou os morangos Ta’Qali e bolo de pólen de abelha, calêndula e creme de leite.

Sabores imperdíveis.

Mantendo a bandeira da sustentabilidade que é estendida aos outros restaurantes de Rogan pelo mundo (o chef tem dois conceitos que detêm a estrela verde Michelin), os cocktails do ION Harbour incluem ingredientes que são excedentes da cozinha. Aqui, os menús de degustação começam nos 95€ (ao almoço).

Se marcar uma mesa por lá, faça-o com antecedência para garantir lugar no terraço. A partir daqui tem, provavelmente, a melhor vista do porto e das históricas Três Cidades de Cospicua, Vittoriosa e Senglea.

A mais recente estrela Michelin de Malta

Os restaurantes Mondion, Noni, Under Grain, Rosamì e Fernandõ Gastrotheque têm conseguido manter as suas distinções de uma estrela Michelin, mas 2025 trouxe uma grande novidade.

O Le GV abriu há menos de um ano, em Silema, e já alcançou o ambicionado prémio da restauração. Assim que entram na sala, os clientes que forem também cinéfilos não irão estranhar a decoração. É que esta inspira-se no famoso ambiente de “O Expresso do Oriente”, num ambiente requintado.

O amberjack cru acompanhado por um toque de ouriço-do-mar e uma pitada de funcho em conserva, finalizado à mesa com um delicioso e espumoso creme de toranja rosa siciliana, é o prato a não perder neste recém-distinguido restaurante que pode ser uma opção a ter em conta para quem está mais atento aos custos.

O fine dinning do Le GV.

Ao almoço, é possível encontar um menú de dois pratos por 45€. Se mais do que a vibe elegante do interior quiser aproveitar as vistas cinematográficas de Malta, opte por uma mesa no terraço — perfeito para o pôr do sol.

Gozo: beleza natural e história concentradas numa pequena ilha

À parte de praias lindíssimas de água cristalina que já todos vimos nas redes sociais, Malta tem muito mais para oferecer. E não falamos só de comida.

Seja na água ou fora, os adeptos de uma vida ativa encontram nesta ilha do Mediterrâneo uma variedade de opções para explorar. Do mergulho ao caiaque, sem esquecer passeios de bicicleta ou explorar a natureza local numa tour de escalada, há várias formas de se manter ativo nas férias enquanto aproveita a beleza natural da ilha.

Já quem procura mesmo desligar, o país oferece um local ainda pouco conhecido. Gozo é uma das 11 ilhas que compõem o arquipélago e onde pode vivenciar o que de mais puro Malta tem para oferecer.

Mais intocada, as vilas pitorescas, como Victoria, e os vastos locais históricos — onde se encontra o Templo de Ggantija, um dos monumentos megalíticos mais antigos do mundo — fazem de Gozo a ilha perfeita para explorar em qualquer altura do ano.

Este foi também um dos locais escolhidos para as filmagens da saga “A Guerra dos Tronos”. A “Janela Azul”, por exemplo, serviu de cenário para o primeiro episódio da série, durante o casamento de Daenerys e Khal Drogo. Infelizmente, em 2017, a formação que criava a dita janela acabou por desabar durante uma tempestade, mas o local continua a receber milhares de turistas todos os anos.

Não deixe de explorar Citadel, em Gozo.

Os aventureiros podem também descer até, literalmente, ao interior ilha. Terá sido na gruta de Cueva de Calipso que, segundo a mitologia grega, a deusa com o mesmo nome manteve Ulisses prisioneiro durante sete anos.

Uma ilha sempre em festa (e com orgulho)

Entre a vasta oferta de espaços históricos para visitar, a cultura estende-se a um programa constante de eventos e festas tradicionais. Ainda no verão, pode aproveitar os concertos do Malta Jazz Festival (de 7 a 12 de julho) ou a gastronomia do mundo no Malta International Food Festival, que acontece em La Valleta, de 6 a 10 de agosto.

Malta tem outro evento de nicho, mas desta vez com a particularidade de juntar um enorme público. A celebrar os 20 anos, a festa que comemora a comunidade LGBT acontece de 5 a 14 de setembro com inúmeras iniciativas pelo país.

Já quem viajar para a ilha fora da época alta, não precisa de se preocupar porque existem outros eventos imperdíveis na agenda. No dia 4 de outubro, Malta recebe a Notte Bianca é um evento gratuito, também em La Valleta, com atuações e concertos em locais inusitados que oferecem cenários imperdíveis. E apenas dez dias depois arranca o Rolex Middle Sea Race, um dos principais encontros náuticos da Europa.

Carregue na galeria para conhecer mais locais que tem mesmo de visitar na próxima viagem a Malta.

Este artigo foi escrito em parceria com Visit Malta.