Se estava a pensar aproveitar a Páscoa para viajar, mas ainda não reservou os voos, é melhor pensar duas vezes no momento de escolher a companhia aérea. Depois da greve dos tripulantes de cabine da TAP levada a cabo nos dias 8 e 9 de dezembro, a próxima greve na empresa pode acontecer muito em breve. Os pilotos tencionam fazer uma paralisação entre 7 e 10 de abril.
O pré-aviso de greve foi aprovado esta quinta-feira, 23 de março, pelo Sindicato de Pilotos de Aviação Civil (SPAC), que representa os funcionários da TAP. A paragem tem como objetivo pressionar o Governo a ratificar o entendimento assinado com a TAP.
Segundo fonte do SPAC, em declarações à Lusa, e citada pela CNN Portugal, a convocação foi aprovada porque “a tutela não está a comprometer-se a assegurar este acordo com a nova gestão” da empresa. Refere-se, então, à saída da atual diretora executiva da empresa, Christine Ourmières-Widener, no final deste mês, e a entrada do novo presidente executivo, Luís Rodrigues, que deverá acontecer a meados de abril.
A atual administração foi demitida pelo Governo que, neste momento, apenas aceita decisões administrativas da atual direção que está saída. Nas próximas semanas, Luís Rodrigues, atual diretor executivo da SATA deverá ser nomeado para o mesmo cargo na TAP.
“Até o Governo ratificar a proposta mantemos a greve“, precisou ainda a mesma fonte, insistindo que “falta a tutela aprovar” a proposta acordada entre a TAP e o SPAC. O combinado entre as duas entidades assegurará uma “reposição de condições de trabalho retiradas no acordo de 2022”, precisou.
O SPAC, em comunicado, afirma que entre os temas incluídos no Protocolo negociado entre o Sindicato e a companhia aérea, submetidos a votação pelos pilotos esta quinta-feira, estava “o acordo sobre a integração de pilotos despedidos face à necessidade de contratação e retenção de talento, o pagamento aos oficiais pilotos com funções de comando em cruzeiro, o pagamento do dia de serviço de assistência no aeroporto e dos simuladores, as mesmas medidas aplicadas recentemente a outras classes profissionais”.
“A nova tabela de ajudas de custo com a abertura para regressar ao modelo anterior, caso não se revele favorável, e ainda a compensação em abril e maio das rubricas referentes à ajuda de custo complementar e o seu acerto anual, com retroatividade a março, caso se feche acordo de novo AE no final de maio”, lê-se ainda.
Ainda que o conjunto de medidas não seja o desejado, é considerado pelos pilotos como “suficiente para repor alguma justiça e algum poder de compra, repondo o ajustamento das condições de trabalho, no contexto da contratação de novos pilotos, atualmente em curso”.
O levantamento deste pré-aviso de greve só ocorrerá aquando da ratificação do acionista do acordo assinado com a Comissão Executiva. O Sindicato dos Pilotos diz que continua disponível para dialogar com o Governo e com a administração da companhia aérea.
Recorde-se de que a paralisação de dezembro custou à companhia oito milhões de euros e levou mesmo ao cancelamento de 360 voos. Leia o artigo para saber mais.