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Esta pitoresca aldeia italiana paga a quem se mudar para lá

As aldeias rurais de Itália, especialmente nas zonas montanhosas, sofreram um êxodo de habitantes após a 2.ª Guerra Mundial.

Não é propriamente uma novidade que pequenas vilas e aldeias disponibilizem casas a partir de 1€ para reconstruir habitações locais e renovar a população — como é o caso de Salemi, na Sícilia, que anunciou esta semana que vai leiloar casas por apenas um valor simbólico. Contudo, há sempre propostas mais arrojadas e que se querem diferenciar das outras. É o caso de uma aldeia medieval neste país europeu.  

Chama-se Santo Stefan di Sessanio e fica em Abruzzo, uma região no centro de Itália. Os responsáveis políticos locais estão dispostos a pagar a quem estiver pronto para se mudar e começar um negócio — pagando apenas uma renda simbólica (cujo valor ainda não está definido). A aldeia vai fornecer aos novos residentes uma taxa mensal. Durante três anos será pago até um máximo de 8.000€ por ano, e há ainda a possibilidade de receber até 20.000€ para começar um negócio do zero.

As condições

Ainda assim, esta oferta não está disponível para todos. Para participar terá que ter entre 18 e 40 anos e não pode ser um residente da região — tendo ainda que vir de uma área com mais de 2.000 residentes, visto que as autoridades não querem combater a perda da população retirando-a de outras comunidades em risco. Além disso, deve também ser residente de Itália ou pelo menos ser cidadão europeu (com a possibilidade de permanecer em espaço europeu), mas as restrições não se ficam por aqui. 

Em relação ao número de atividades, há apenas algumas categorias permitidas. Por exemplo, vão ser autorizados trabalhos como guias turísticos, elementos do staff de informação, empregados de limpeza ou pessoas que possam trabalhar na área da comida.

Os novos habitantes devem ficar um mínimo de cinco anos — apesar de não haver nenhum documento legal que o obrigue. “Nós não estamos a vender nada a ninguém. Só queremos que a aldeia continue à viver”, revelou o presidente Fabio Santavcca à “CNN Travel”.

O programa foi lançado a 15 de outubro e termina a 15 de novembro. Já há cerca de 1.500 pessoas inscritas, sendo que só deverão ser aceites dez indivíduos ou cinco casais. “Queremos aumentar a população gradualmente e temos que trabalhar com as casas que pertencem às autoridades”, acrescentou o presidente. 

 
 
 
 
 
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A vida na aldeia italiana

E que tipo de vida podem esperar os novos habitantes? Santo Stefano é mais conhecido pelo seu alojamento diferente, com um hotel cujos quartos estão espalhados pelas casas da aldeia. A 1.250 metros acima do nível do mar, com vista para o Monti della Laga, tem apenas 115 residentes (metade deles idosos), mas os responsáveis dizem que os números reais já baixaram e são apenas 60 ou 70. 

A localidade mais próxima é L´Aquila — a 30 minutos de distância — que é a capital de Abruzzo e foi devastada por um terramoto em 2019. Roma está a duas horas de distância, com o aeroporto mais próximo a ficar a 90 minutos. 

“A vida é relativamente programada porque não pode dizer que se esqueceu de comprar algo e simplesmente sair”, afirmou o responsável. “Estamos no topo das montanhas e o inverno não é uma época propriamente fácil para sair com toda a neve e gelo”, acrescentou.

A sensação de tranquilidade é uma das vantagens de habituar nesta aldeia italiana. “O ar é puro, e desde o momento em que se acorda há vistas incríveis que ajudam a melhorar o estado de espírito”, justificou o presidente. Com a pandemia e o aumento do trabalho remoto, projetos como este tiveram um aumento de procura, e este deverá ser mais um sucesso. 

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