O primeiro avião “alimentado 100 por cento com os chamados combustíveis sustentáveis em ambos os motores, por uma companhia aérea comercial, numa rota de longo alcance” descolou esta terça-feira, 28 de novembro, do aeroporto de Heathrow, em Londres. O voo com destino a Nova Iorque foi realizado pela Virgin.
Não se tratou, contudo, de uma viagem com clientes. A aeronave — um Boeing-787 equipado com motores Rolls-Royce — partiu às 11h50 (horário de Portugal) e aterrou no aeroporto de JFK pelas 19h30.
Um dos criadores desta abordagem às viagens tradicionais foi Richard Branson, o próprio fundador da Virgin. Num comunicado afirma estar “muito orgulhoso de estar a bordo”, ao lado de equipas “que trabalharam juntas para traçar o caminho para a descabornização da aviação de longa distância”.
Estes combustíveis de aviação sustentáveis (SAF) são feitos a partir de desperdícios agrícolas, resíduos de madeiras, algas ou óleos usados. Nas aeronaves atuais, podem ser usados como complemento ao querosene.
Nem todos estão contentes com esta novidade. A organização ambiental Stay Grounded acredita que este projeto é apenas mais um plano de “greenwashing” da indústria da aviação. “Não é por acaso que acontece dois dias antes do início da COP28 (conferência sobre a mudança climática) no Dubai”, destacou a organização.
“Embora a atenção do mundo esteja focada num voo, há 100 mil por dia que continuam a usar combustíveis fósseis. Os substitutos são apenas uma gota no oceano de hidrocarbonetos”, acrescenta.