Há poucas coisas mais irritantes do que ver turistas a tirarem selfies no Monumento aos Judeus Mortos na Europa, do arquiteto americano Peter Eisenman, e que foi construido em Berlim para homenagear as vítimas do Holocausto. Por isso mesmo, Shaka Shapira criou o projeto YOLOCAUST — um trocadilho com a expressão “yolo” (só se vive uma vez) e “holocaust” —, onde muda o cenário das fotografias dos turistas no Memorial para um campo de exterminação nazi. O resultado fala por si.
“Cerca de dez mil pessoas visitam o Memorial aos Judeus Mortos na Europa por dia. Muitos delas tiram fotografias patetas, saltam, andam de skate ou de bicicleta nas 2,711 placas de cimento que estão na estrutura de 19 mil metros quadrados.” escreve Shapira no site do projeto.
Shapira fez uma recolha das selfies através de redes sociais como o Facebook, Instagram ou Tinder. Depois, foi tudo uma questão de substituir o fundo das imagens por cenários de campos de concentração utilizados pelo partido nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
O artista de 28 anos que nasceu em Tel Aviv vive em Berlim há mais de 15 anos. Shapira tornou-se mais conhecido quando em 2015, na véspera de ano novo, filmou seis pessoas a fazerem comentários anti-semitas em Berlim. O autor acabou depois por ser espancado por esse grupo.
Apesar de as fotos terem sido retiradas das redes sociais sem autorização dos autores, até hoje Shaka Shapira ainda só teve de remover uma das imagens a pedido do autor da mesma.
Carregue na imagem para ver a transformação de algumas das fotografias publicadas por Shaka Shapira no projeto YOLOCAUST.