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“Revolta das toalhas”. Grécia usa drones para multar espreguiçadeiras ilegais

Fartos de não terem espaço para aproveitar os areais, os gregos uniram-se para combater a sobrelotação e vigiar os concessionários.
A praia de Masouri é uma das afetadas.

Desde o verão passado que os gregos estão revoltados com os valores absurdos que os estabelecimentos praticam só para alugar espreguiçadeiras nas praias. Com cadeiras a rondar os 70€ por dia (ou até mais), os moradores uniram-se para recuperar os areais, invadidos por concessões de bares e cafés que estão a transformá-los num luxo inacessível para a maioria da população. É a “revolta das toalhas”, como ficou conhecido o movimento.

Embora as praias sejam públicas na Grécia, as autoridades locais alugam grande parte delas a bares, restaurantes e hotéis. Muitos deles expandiram-se ilegalmente, ocupando mais espaço do que o que estava no previsto no acordo. Fartos de areais cobertos de espreguiçadeiras e sem espaço para estender as toalhas, os gregos estão agora a recorrer a drones e a uma aplicação de denúncia para combater a sobrelotação.

O objetivo é travar o aluguer ilegal de espreguiçadeiras na praia. Os aparelhos vigiam os concessionários que colocam, por exemplo, as cadeiras demasiado perto do mar. Segundo uma legislação que entrou em vigor em março deste ano, os guarda-sóis devem estar a pelo menos quatro metros da costa.

Além de vigiar todo o areal, os drones estão a ter a ajuda dos cidadãos através da aplicação MyCoast, que contém uma lista de estabelecimentos que estão legalmente autorizados a disponibilizar espreguiçadeiras. Desta forma, os gregos podem denunciar aqueles que estão a violar as regras. 

As praias de Kryoneri, Valtos, Lagonisi, Nea Herakleia e Klima em Aegina, Masouri em Kalymnos, além de várias em Corfu e Rodes, são algumas das que estão a ser monitoradas. Em apenas cinco dias no início de julho, foram recebidas mais de mil queixas que resultaram em mais de 350 mil euros em multas por infração, de acordo com a imprensa local. 

A praia de Kryoneri, na costa noroeste do país, registou 169 queixas devido aos estabelecimentos que estavam a utilizar uma parte da praia que excedia a área concessionada. A empresa que operava espreguiçadeiras sem licença na praia de Thymari, por exemplo, foi a que sofreu com a coima mais elevada, no valor de 220 mil euros.

“O nosso objetivo é proteger, por um lado, o ambiente e o direito dos cidadãos ao livre acesso à praia e, por outro lado, preservar o nosso produto turístico, bem como o espírito empresarial saudável representado pelos empresários que fazem o seu trabalho corretamente”, disse o ministro grego da Economia Nacioanl e das Finanças, Kostis Hatzidakis, citado pela “Euronews”.

Por lei, as praias gregas devem ser 70 por cento livres de espreguiçadeiras, ou 85 por cento para as que se situam em zonas protegidas. Os concessionários têm de ter autorização para alugar guarda-sóis, uma autorização que pode ser adquirida através de leilões online. Os titulares das licenças devem também assumir a responsabilidade de manter os areais limpos e acessíveis.

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