Os diabos da Tasmânia estão de volta à Austrália continental pela primeira vez em três mil anos, devido a um projeto que pretende revitalizar o equilíbrio ecológico local. A iniciativa de reintrodução libertou recentemente 11 animais num santuário de vida selvagem no Parque Nacional Barrington Tops, situado ao norte de Sidney.
Em março, o projeto já tinha levado à libertação de um grupo de 15 destes carnívoros marsupiais pioneiros, sendo agora 26 no total. Os grupos de conservação lembram que este é um processo histórico de restauração de uma espécie que está desaparecida há milhares de anos no continente australiano.
Segundo o “The Guardian“, estes míticos animais costumavam habitar a Austrália continental, não sendo certo o como — ou o porquê — do seu desaparecimento total. Os cientistas apontam para datas que vão de 500 a 5 mil anos para a extinção e as hipóteses mais apontadas são as mudanças climáticas, caça a e a chegada dos dingos.
Depois de desaparecerem no continente, ficaram alguns animais na ilha da Tasmânia, até que a história se torna ainda mais surreal: uma estranha doença surgiu em 1996, uma espécie de tumor facial, e erradicou 90 por cento da população dos diabos, até restarem menos de 25 mil animais no total.
Agora, o grupo Aussie Ark tem trabalhado para conservar a espécie e para libertar os animais da doença, sendo que os espécimens introduzidos na Austrália estão obviamente livres de qualquer perigo de saúde. As expetativas dos ambientalistas são de que a entrada de uma espécie nativa que é um predador ajudará a restaurar a ecologia das florestas que foram devastadas por raposas, gatos e outros predadores invasores.
Podem funcionar no fundo como uma medida de controlo natural única e irrepetivel, mas também terão de ser monitorizados porque nas circunstâncias atuais em vez de trazer o equilíbrio podem, paradoxalmente, aumentar o desequilíbrio.
Os diabos da Tasmânia são os maiores carnívoros marsupiais que ainda existem na Terra, mas ainda assim têm o tamanho de um cão e são super perigosos por causa das mordidelas.