Este verão, já não será possível usar burquínis nas piscinas públicas de Grenoble, cidade no leste de França. Estes trajes de banho completos, que cobrem a cabeça e o corpo são usados por algumas mulheres muçulmanas, cumprindo a tradição religiosa de se vestirem de forma modesta.
A justiça francesa confirmou na terça-feira, 21 de junho, a proibição destes trajes de banho nas piscinas municipais da cidade por comprometerem “a neutralidade do serviço público”, refere a “CNN Portugal”. Esta decisão trata-se de uma anulação de uma outra que permitia o uso deste tipo de fato de banho. Após uma série de protestos por parte das mulheres muçulmanas locais, a cidade de Grenoble ia permitir a utilização destes trajes de banho nas piscinas públicas a partir de 1 de junho.
Porém, o tribunal voltou atrás na decisão por considerar que o uso de burquínis prejudicaria o tratamento igualitário dos utilizadores. A justiça francesa considerou agora que essa utilização seria uma “violação da regra geral que obriga a utilização de uma indumentária justa ao corpo [nas piscinas] para permitir que certos utilizadores ignorassem essa regra com uma finalidade religiosa”.
“Contrariamente ao objetivo reivindicado pela cidade de Grenoble, a decisão inicial desta de autorizar o burquíni visava apenas satisfazer uma exigência de cariz religioso”, justificou o tribunal francês.
Em 2004, o governo francês proibiu os símbolos religiosos que pudessem ser visíveis, como os lenços muçulmanos, os quipás judaicaos, os crucifixos cristãos em instituições como escolas, ou os niqab — véus que cobrem o rosto e só mostram os olhos — em todos os espaços públicos em França. As mulheres muçulmanas a viver no país que usem este tipo de vestuário têm, por isso, muitas dificuldades a aceder aos serviços estatais devido a estas proibições.