“A situação é grave”. A afirmação quase em tom de desespero do primeiro-ministro de Tuvalu, Kausea Natano, no dia 22 de setembro, não é exagerada. Este arquipélago está cada vez mais perto de desaparecer por causa da subida do nível do mar gerada pelas alterações climáticas. E o governante fez questão de alertar o mundo inteiro durante a Assembleia-Geral da ONU, que se realizou em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
No caso de esse cenário realmente acontecer — como todos os estudos apontam —, o património cultural de Tuvalu vai ser transferido para a esfera digital, mais conhecida por metaverso. A ideia é que seja recriada a beleza natural da ilha num ambiente online, que, por sua vez, recorre à tecnologia para simular a realidade que entretanto terá desaparecido.
O povo de Tuvalu terá também a possibilidade de interagir com esse mundo alternativo para poder preservar a língua, as normas e os costumes, onde quer que esteja. Isto apesar de ter sido obrigado a migrar para outros países que estejam dispostos a acolher os 12 mil habitantes do arquipélago.
Por enquanto, o governo tenta a todo o custo promulgar uma série de medidas para ajudar na adaptação costeira, com o objetivo de recuperar 3,8 quilómetros de terra ao oceano. No fundo, são normas que estão a ser desenvolvidas com o intuito de ajudar os territórios que estão a sofrer com as alterações climáticas. Esta iniciativa foi acordada durante as últimas grandes negociações climáticas no Egito, a 20 de novembro de 2022, mas ainda não foi cumprida.
A verdade é que, neste momento, duas das ilhas já se encontram totalmente submersas. E algumas das regiões mais altas podem tornar-se inacessíveis a partir de 2100, como resultado da contaminação das terras e das fontes de água.
A pequena ilha de Tuvalu, bem no meio do Oceano Pacífico, recebe apenas dois mil turistas por ano. De acordo com um comunicado lançado em agosto pela editora Far and Wide, Tuvalu é considerado o país menos visitado de todo o mundo.
Para que um país seja considerado habitável, deve possuir um território definido, uma população permanente, um governo e a capacidade de interagir com outros estados. No caso de Tuvalu, se ninguém conseguir sobreviver a esta catástrofe, então pelo menos um dos critérios deixará de existir.
Existe apenas um aeroporto internacional naquele país. Fica em Funafuti, a ilha principal. Foi construído pela Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943. Neste momento é utilizado apenas e só pela companhia aérea Fiji Airways, que faz a ligação entre Suva, capital das ilhas Fiji e Funafuti. O reduzido número de ligações aéreas influencia o preço das viagens. Uma viagem de ida e volta, por exemplo, não custa menos de 500€.
Como chegar lá
O primeiro passo para chegar a Tuvalu é apanhar um avião até Suva, capital das Ilhas Fiji. Como não existem ligações diretas, terá que fazer uma viagem com duas ou mais escalas. Os preços de ida começam nos 1.800€, a partir de Lisboa. Com partida do Porto, encontra bilhetes a partir de 1.505€.
Já em Suva, terá que apanhar um dos poucos voos até Funafuti, com preços a partir dos 282€.
De seguida, carregue na galeria para conhecer outros dos países menos visitados do mundo — à semelhança do que acontece com Tuvalu.