Ainda que as tensões já se acumulassem há muito tempo ninguém contava com o rebentar da guerra na Ucrânia. A entrada das tropas russas apanhou todos desprevenidos, incluindo a organizadora de eventos, Marina Stepaniuk, de 37 anos. Numa emotiva entrevista ao “The New York Post” a mulher contou como tudo aconteceu nos últimos dias até conseguir escapar à guerra, apanhando um voo da Polónia para Nova Iorque.
Marina estava em Kiev no dia 24 de fevereiro quando os primeiros ataques aéreos começaram. “Eu vi aviões russos sobre o céu ucraniano – as explosões, os sons, [edifícios] estavam a tremer com as vibrações”, começa por relatar à publicação.
Assim que se apercebeu do acontecimento soube que estava na hora de fugir do país. Manteve-se numa cave com um grupo de amigos durante alguns dias até conseguir viajar de carro para o oeste. Chegou a Novohrad-Volyns’kyi, na Ucrânia, no dia 28 de fevereiro. Depois de uma viagem de carro de 13 horas conseguiu escapar e entrar na Polónia. “Toda a gente, refugiados, estávamos todos a tentar sair da Ucrânia”.
Apesar de ter conseguido apanhar um avião para o aeroporto de JFK, em Nova Iorque, teve que deixar o país para trás. “Eles não quiseram sair porque aquela é a terra deles, eles não queriam fugir”, contou Stepaniuk revelando que toda a situação é muito preocupante. “Chorei no voo durante o caminho todo até cá (…) isto que está a acontecer é devastador.”
A ucraniana chegou ao aeroporto com apenas duas malas e um visto de trabalho. Lá foi recebida pelo marido da prima Dmytro Shuba, de 36 anos. Na mesma entrevista, ele afirmou que ela podia ficar com a família o tempo necessário. Ao mesmo meio, o homem que vive ali que se não fosse os seus dois jovens filhos regressaria ao país para combater os soldados russos.
Ele confessou que estava angustiado por não conseguir falar com o avô e tio que vivem no país. “É coisa de bárbaro isto que está a acontecer. Ninguém faz isto no século XXI (…) acho que ele [Putin] é o anticristo, a pior coisa que pode acontecer num país é quando um líder da KGB assume o poder”, disse o Shuba ao meio.