Milão, uma das cidades mais movimentadas de Itália, está a planear proibir a circulação de carros no centro histórico. O autarca Giuseppe Sala, que pretende reduzir a poluição na metrópole de 1,4 milhões de habitantes, confirmou que as novas medidas drásticas serão implementadas em breve.
Se for aprovada, a nova medida entrará em vigor em 2024, com o apoio de câmaras de vigilância para garantir o cumprimento da lei. Milão é uma das cidades mais poluídas da Europa, com uma qualidade de ar deficiente devido ao elevado volume de partículas finas, um poluente que representa um risco sério para a saúde humana.
O nível máximo considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma média a longo prazo de não mais de 5 μg/m3 (microgramas por metro cúbico). Contudo, os níveis de Milão são quase quatro vezes superiores ao limite, algures nos 19,7 μg/m3. Como parte de uma iniciativa para combater estes níveis perigosos de emissões, as autoridades de Milão propuseram a proibição do tráfego privado no centro da cidade.
“É uma pequena medida, mas ao mesmo tempo é histórica”, disse o autarca durante um festival de promoção da sustentabilidade no final de outubro. Para fazer cumprir a proibição serão instaladas câmaras ao longo do Corso Venezia para registar o tráfego e impedir a entrada de carros particulares.
Residentes com garagem, pessoas que acedam a estacionamentos, táxis e transportes públicos têm autorização para circular. Quem for apanhado a aceder à área sem autorização será sujeito a uma coima, embora não tenham sido para já especificados quaisquer valores. “Devemos ser pioneiros e ter a coragem e o bom senso para fazer estas coisas”, disse Sala.
“Não sou um antagonista do capitalismo, mas honestamente, ver o desfile de supercarros no centro, que depois não conseguem estacionar. Isto não pode continuar.”