A icónica cidade italiana é uma das que mais sofre com o turismo excessivo, ao receber, em média, 70 mil visitantes por dia — um número avassalador em comparação com a população de 50 mil residentes. Nos últimos meses, Veneza tem vindo a implementar um conjunto de medidas para regular as multidões e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida dos residentes.
Depois do projeto-piloto com entradas pagas no centro histórico da cidade, Veneza restringiu o tamanho dos grupos turísticos para o máximo de 25 pessoas e proibiu-os de utilizaram altifalantes. As novas regras, destinadas a “proteger a paz dos residentes” e a garantir que os peões possam circular mais livremente, entraram em vigor esta quinta-feira, 1 de agosto.
As restrições impostas pelas autoridades locais abrangem não só o centro da cidade, como também as ilhas de Murano, Burano e Torcello. As únicas exceções são as crianças até aos dois anos, que não são incluídas na contagem, e os grupos de estudantes que chegam em viagem ou visitas de estudo.
O limite deveria ter entrado em vigor em junho, mas a data foi adiada porque muitos guias já tinham reservado excursões para grupos com mais de 25 pessoas. As empresas turísticas que infringirem as regras podem ter de pagar multas entre 25€ a 500€.
Em abril, Veneza tornou-se a primeira cidade do mundo a introduzir um sistema de reservas, com uma taxa de entrada de 5€ para os turistas que não pernoitassem na cidade italiana. O objetivo da medida é encontrar “um novo equilíbrio entre os direitos daqueles que vivem, estudem ou trabalhem em Veneza e aqueles que visitam a cidade”.
“Os residentes, trabalhadores e os que pernoitam, sabemos quantos são. O maior problema é o elevado número de visitantes que vêm aqui passar um dia com a família. Gostamos que nos visitem, mas talvez consigamos desencorajar as vindas decididas à última hora em certos dias e criar o hábito de ‘reservar’ uma visita à cidade”, revelou o município.
Em agosto de 2023, a UNESCO ameaçou colocar a cidade italiana na lista de Património da Humanidade em risco, devido ao impacto negativo do turismo, bem como às consequências das alterações climáticas nas suas orografias e arquitetura.