Teresa Araújo, conhecida nas redes sociais como Teresa Around The World, está mais do que habituada a viajar de avião, mas nunca tinha sido tão mal-tratada como na passada sexta-feira, 4 de outubro. A cidadã portuguesa, que mora atualmente na Califórnia, nos EUA, foi expulsa de um avião da companhia aérea norte-americana Spirit Airlines por estar a usar um top curto.
A portuguesa de 34 anos, que estava a voar entre Los Angeles e Nova Orleães com uma amiga, denunciou a “experiência terrível” nas redes sociais. “Fomos assediadas por um comissário de bordo que nos disse para nos cobrirmos porque estávamos a usar tops curtos. Todos os outros (incluindo a equipa de voo) concordaram que não havia nada de errado com o que estávamos a vestir e que tops curtos não são contra o dress code deles”, começa por explicar Teresa.
Ainda assim, adianta, o tripulante de cabine continuou a tratá-las mal, sem dar uma razão válida para as expulsar e chegou mesmo a dizer-lhes para “vestirem uma camisola”, segundo revelou a própria em declarações à CNN Portugal. Incrédula com o que se estava a passar, a passageira vestiu o casaco, apesar do “calor insuportável” no interior da aeronave.
“Começo a suar horrores, tiro novamente o casaco, ele vem outra vez e diz: vistam o casaco, não volto a avisar”, recorda. Depois dos avisos, chegou a ameaçar: “Já vais ver o que vai acontecer”, disse o tripulante de cabine.
“Outros passageiros juntaram-se e tentaram defender-nos, mas no final de contas uma supervisora disse que ou saíamos do voo ou chamava a polícia. Disse que ia remarcar o nosso voo, mas, depois de sairmos do avião, disse que não havia voos e recusou o reembolso”, conta a portuguesa, que acabou por ter que pagar mais mil dólares (cerca de 900€) para reservar uma nova viagem com outra companhia aérea, a Delta Airlines.
Já no aeroporto, explicaram-lhe que, quando alguém é expulso de um avião, não há qualquer reeembolso nem lhe é atribuído outro voo. “A própria polícia disse que tínhamos razão, que não devíamos ter saído do avião, que devíamos ter esperado que chegassem e que devíamos processar a companhia”, refere.
Teresa já adiantou que vai apresentar queixa contra a companhia aérea e que cerca de 16 passageiros que estavam naquele voo também avançaram com queixas contra a Spirit Airlines. “Este é um serviço terrível. Em 2024 estamos a ser expulsas de um avião porque um comissário de bordo homem não gostou das nossas roupas. Todos os que trabalham no aeroporto concordaram que isto foi um ato de preconceito, discriminação e misoginia e que deveríamos tomar medidas legais. Falámos com a pessoa, que disse o mesmo. Foram-nos negados os seus nomes completos, um reembolso, voos remarcados ou qualquer coisa, tudo por causa de um comissário machista e rude”, lê-se na publicação.
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