Artur Pegas já fez uma viagem por mar entre Lisboa e São Petersburgo, atravessou os Himalaias de bicicleta, subiu aos Pirinéus, andou de cavalo na Mongólia, viveu com índios na Guatemala, ajudou nas operações de limpeza de um vulcão na ilha La Palma e já correu o mundo com grupos de viajantes. Pelo caminho, perdeu a conta dos países que já visitou, mas nunca se vai esquecer do ano de 1998, quando fundou a agência de viagens Papa-Léguas, que celebra um quarto de século este ano.
Alentejano “com muito orgulho”, Artur nasceu em Vendas Novas, a capital das bifanas, tem 52 anos e passou as últimas duas décadas a “liderar” viagens de grupo. Antes disso, formou-se em engenharia agronómica, mas a sua paixão por mapas levou-o a tirar, mais tarde, uma pós-graduação em sistemas de informação geográfica. No final, acabou por não seguir nenhuma das áreas (apesar de ter trabalhado durante alguns anos como engenheiro agrónomo), porque o destino tinha outros planos.
“Tudo começou em 1995, quando fiz uma viagem por mar entre Lisboa e São Petersburgo, na Rússia. Na altura fui com a minha ex-namorada, que também viria a ser sócia-fundadora, e adorei”, conta à NiT Artur Pegas. Nessa altura, o bichinho das viagens já existia, mas estava longe de imaginar que iria fundar uma das maiores agências de viagens portuguesas.
Numa conversa com amigos, começaram a dizer-lhe que devia começar a pensar em abrir a sua própria empresa de viagens. “Aquela ideia na altura, apesar de não ser parva, não estava nas nossas previsões. Estávamos cada um nos nossos empregos e não estávamos propriamente para aí virados”, recorda. Ainda assim, a “semente ficou plantada”.
Um ano depois, começaram a olhar para a ideia de forma mais séria: foram pesquisar vários programas, assim como destinos que estavam à procura de operadores. Isto tudo durante dois anos. Em 1998, decidiram dar o pontapé de saída e abriram a Papa-Léguas. “Quando fundei a empresa ainda estava na área da engenharia e, na altura, tive que decidir para que lado me devia virar. E acabou por correr tudo muito bem”, diz.
Inicialmente, a agência fundada por Artur Pegas e Luísa Tomé só tinha viagens de trekking, o que era “algo novo para a época”, mas o motivo era simples: eram os dois apaixonados por esta modalidade de caminhada. “Já no Alentejo fazia imensas caminhadas. Depois, em 1994, eu e a Luísa fomos aos Pirinéus e tornou-se a nossa paixão, que depois levámos para a empresa. Era a nossa visão do produto”, revela.
Com tudo preparado, arrancou a primeira viagem da Papa-Léguas e o destino foi a Escócia — e, curiosamente, estava recheada de jornalistas. “Não foi planeado, simplesmente apareceram e isso deu-nos uma visibilidade fantástica e muita exposição mediática”, conta.
Apesar de ter corrido bem, rapidamente perceberam que as pessoas também procuravam outro tipo de experiências. Então, além do trekking, começaram a surgir outras tipologias, como os safaris e as viagens fotográficas — até porque a fotografia era outra das paixões de Artur. Tinha seis anos quando recebeu a primeira máquina fotográfica e, desde essa altura, tornou-se uma constante na sua vida. A fotografia em viagem surgiu de forma natural e, assim como o trekking, também a levou para a agência que fundou.
“Quando abrimos a empresa, começámos com uma perspetiva de tentar fazer algo diferente em Portugal. Fomos crescendo, começámos a oferecer um número mais alargado de destinos e tínhamos muita receptividade, mas nunca me ocorreu que pudéssemos estar no ponto onde estamos hoje”, diz. Após 25 anos, a alegria, o entusiasmo e a entrega na arte de fazer as pessoas felizes através da viagem não esmoreceu e o objetivo continua a ser o mesmo, agora com mais destinos e muitos outros líderes de viagens, como Carla Henriques e Jorge Duarte Estevão.
Depois de praticamente dois anos sem viagens, a agência Papa-Léguas retomou os percursos em força em 2022. Este ano, pode viajar com Artur Pegas para a Roménia e fazer a rota da Transilvânia ou fazer uma roadtrip épica por Tajiquistão.
Para celebrar os 25 anos, a agência vai lançar várias novidades ao longo de 2023 — e uma delas é uma viagem marcante, que “será seguramente a viagem de uma vida para quem a realizar”, cujo destino ainda não foi revelado. Por outro lado, quem fizer anos durante uma viagem da Papa-Léguas tem 25 por cento de desconto. Se, por acaso, tal como a agência, nasceu em 1998, o desconto será a dobrar.
Carregue na galeria para ver algumas das fotografias das viagens de grupo da Papa-Léguas.