Europa

O paraíso mediterrânico que ficou mais perto e acessível vai ser o destino in de 2023

Com a entrada no Euro e no espaço Schengen, os tesouros da Croácia já merecem uma visita. Contamos-lhe tudo.
O Parque Nacional de Kornati é imperdível.

Não se pode dizer que seja propriamente um destino desconhecido dos portugueses. Conhecemos bem as riquezas da Croácia, as suas ilhas selvagens, as cidades pitorescas, o ameno e convidativo clima mediterrânico. Mas a verdade é que viajar e fazer férias neste país dos Balcãs é, a partir deste novo ano, ainda mais fácil e descomplicado.

Desde domingo, 1 de janeiro, que a Croácia se tornou no 27.º país a fazer parte do espaço Schengen, isto é, o espaço sem fronteiras que permite a livre passagem de bens e pessoas — por isso, a partir de agora não precisa de se preocupar com passaportes. Mais: a entrada em 2023 marca também a chegada do Euro, que se torna assim a nova moeda oficial, e que afasta da circulação a Kuna.

Esta é, portanto, a altura ideal para começar a planear uma viagem pelos tesouros da Croácia, que são muitos. À cabeça está a tão famosa e fotogénica cidade murada de Dubrovnik. A localidade a sul, que já era bastante procurada pelos turistas, viu-se invadida por um mar de gente a partir do momento em que foi usada como cenário de King’s Landing em “A Guerra dos Tronos”.

É precisamente ao longo destas enormes muralhas que reside um dos percursos mais famosos de Dubrovnik, o que o leva pelo topo das pedras ao longo de um percurso de dois quilómetros, por entre torres e canhões — e uma vista soberba sobre os telhados alaranjados da Cidade Velha, mas também das águas que a separam da ilha mais próxima.

Lokrum é uma espécie de retiro a um par de minutos de viagem nos ferrys que partem do pequeno mas movimentado porto da Cidade Velha. Ilha rochosa e recheada de vegetação, esconde pequenas praias que não são de fácil acesso, mas que são um prémio para os mais aventureiros. Esconde também as ruínas de um velho mosteiro, vazio desde 1808. E não vale a pena assustar-se com a velha história croata de que a ilha está amaldiçoada.

Estamos na Dalmácia, região sul do país, conhecida pela beleza natural, das enormes escarpas junto à costa às ilhas paradisíacas que são facilmente visitáveis de barco. Daqui, para norte, estamos a pouco mais de 50 quilómetros de outro tesouro croata, mas este é gastronómico.

As ostras de Mali Ston são, a par com as da Baía de Lim, as mais cobiçadas do país. A pequena localidade, também ela murada — está protegida por uma muralha ainda maior do que a de Dubrovnik, com cinco quilómetros de comprimento, a maior da Europa —, guarda umas enormes salinas e fortalezas.

Esteja atento aos produtores que abrem as portas aos visitantes.

Há quem diga que por ali se produzem as ostras mais deliciosas do mundo. Se não quiser prová-las nos restaurantes, pode fazer-se à estrada e parar num dos vários produtores que acolhem visitantes e lhes servem ostras acabadas de retirar das águas — provadas assim, tal e qual, apenas regadas com um par de gotas de limão.

E porque não há nada melhor do que um bom vinho para acompanhar um par de ostras frescas, outra boa notícia: a Dalmácia é uma das melhores e mais famosas regiões vitivinícolas da Croácia.

Pode haver quem suspeite da habilidade croata para produzir bons vinhos, mas eles sabem o que fazem. Fazem-no há mais de dois mil anos e de Mali Ston a Stari Grad é uma curta viagem para apreciar aquela que é a maior vinha cultivada de forma contínua em todo o mundo.

O trajeto tornou-se ainda mais fácil de completar em 2021. O território costeiro da Croácia era e é interrompido pela única zona costeira da Bósnia-Herzegovina, o que obrigava os automóveis a cruzarem duas fronteiras para seguirem viagem. Mas desde a inauguração da ponte de Peljesac, que une a península sobre a baía de Mali Ston para completar a ligação rodoviária ao bloco norte.

Mas de volta a Stari Grad. O local é, claro, Património Mundial da UNESCO — e a desculpa perfeita para fazer uma (ou mais) provas de vinho. Da região mais a norte da Dalmácia, destacam-se os tintos da casta Babic, enquanto que a Plavac Mali sobressai mais a sul e, nas ilhas, pode descobrir-se as castas brancas autóctones, Vugava ou Grk.

A região vinícola fica na famosa ilha de Hvar, onde a cidade principal se tornou também ela sinónimo do turismo paradisíaco das ilhas da Dalmácia. Mais cosmopolita, é palco de festas, casa de hotéis de luxo e de alguns dos melhores restaurantes de marisco do país.

Imediatamente a norte, mais uma ilha, Brac, a meio caminho entre Hvar e uma das cidades mais famosas, Split. Com mais de mil ilhas e milhares de quilómetros de costa, difícil é não encontrar uma praia bonita, mas Brac esconde uma preciosidade que vale a pena conhecer.

Para quem um pouco de sol, areia e água límpida é quase tudo, Zlatni Rat é o segredo a descobrir. Conhecida como Cabo Dourado, pela sua forma e cor, irrompe Adriático adentro numa língua com cerca de quatro quilómetros e muito, muito espaço.

Sempre rumo a norte, é a natureza que domina. A mais uma curta viagem de carro de Split fica outro destino turístico, Zadar, porta para explorar o Parque Nacional de Kornati, um arquipélago de beleza natural incomparável que se estende por uma +área de 320 quilómetros quadrados.

Ao longo de 35 quilómetros, podem visitar-se 89 ilhas e ilhéus, quase todas elas desabitadas. Em algumas, permanecem pequenas habitações de pedra, construídas por pescadores e pastores. É natureza em estado puro, para visitar de barco, através dos muitos operadores que fazem excursões diárias.

No que toca a natureza, pouco ou nada no país se compara ao mundialmente famoso Parque Nacional dos Lagos Plitvice. Já mais a norte, encontra-se o ponto turístico mais visitado na Croácia continental, uma enorme parque com 295 quilómetros quadrados, que escondem 16 lagos com águas cor de esmeralda, bem como várias cascatas.

É também lar de uma enorme fauna selvagem e sítio perfeito para todos os que prefiram passar as suas férias a percorrer trilhos na natureza. E um percurso que, de norte a sul, pode hoje ser incluído facilmente numa road trip pela Europa fora. Aliás, apenas 50 quilómetros separam o ponto mais oriental da Itália da fronteira croata.

Como chegar lá

Infelizmente, ainda não existem voos diretos de Lisboa e Porto rumo à Croácia, o que obrigará sempre a uma viagem com pelo menos uma escala. Para fazer esta viagem, o aeroporto ideal será o de Dubrovnik — com viagens de Porto e Lisboa a rondarem, para a próxima primavera, os 250€ — e daí partir rumo a norte.

Terminada a viagem em Plitvice, resta pouco mais de uma hora até à capital Zagreb, de onde é possível apanhar voos com uma escala para Porto e Lisboa por valores a partir dos 65€.

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