A chegada da primavera ao município espanhol de Aitona é sempre um momento de grande alegria. A partir de março, os campos pintam-se de rosa, graças à floração dos pessegueiros.
O cenário, que parece uma verdadeira pintura ao vivo, tem atraído cada vez mais turistas à região. Aliás, estas flores sazonais que compõem a paisagem, estão mesmo a transformar-se em experiências turísticas inovadoras e sustentáveis. A localidade, inclusive, criou um conceito inovador chamado “fruiturismo”.
“Temos mais de quatro mil hectares de um mar rosa único no mundo. Acreditamos que, em Espanha, temos o melhor e este projeto mostra que juntos podemos torná-lo uma realidade poderosa”, disse à “Traveler” a presidente da autarquia, Rosa Pujol.
As paisagens de Aitona apresentam grandes áreas cobertas por árvores frutíferas, que parecem “um mar suave e ondulado” e oferecem um espetáculo único na Catalunha — mas nem sempre foi assim.
Noutros tempos, Aitona era uma cidade de terra seca, sem grande cor. A mudança aconteceu no início do século XX, graças às águas de um antigo canal de irrigação árabe que abastecia com água o rio Segre. As macieiras e pereiras que eram plantadas no local foram assim substituídas pelos pessegueiros, que hoje são a verdadeira atração da localidade.
Há cerca de 10 anos, a autarquia começou a desenvolver uma iniciativa que deu origem ao Fruiturisme. A partir de então, a população passou a aproveitar não só o impacto económico gerado pelas toneladas de pêssegos colhidas anualmente, como os benefícios turísticos que a paisagem, fruto do trabalho agrícola da região, poderia oferecer.
“Aitona viu a evolução das suas paisagens de sequeiro para campos agrícolas irrigados, cheios de cores, sabores e aromas que convidam as pessoas a experimentar os pêssegos e nectarinas, cheios de sabor”, lê-se no site da Fruiturisme.
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Este ano, a temporada de floração em Aitona, um dos municípios que mais produz pêssegos em toda a Europa, arrancou no início do mês de março. Na primavera, as árvores florescem e as suas flores cobrem os campos. No verão, aguarda-se a tão esperada colheita, enquanto as folhas passam de coral para uma cor verde intensa. Já no outono, os campos ficam dourados, cobertos de folhas a cair.
Durante a primavera, há três percursos que podem ser feitos de forma independente. Uma delas é a Rota da Serra Brisa, um percurso de 4,5 quilómetros que atravessa as colinas que rodeiam Aitona, até chegar à ermida românica de San Joan de Carratalá, o spot perfeito para desfrutar das vistas panorâmicas.
Ligeiramente mais longa, a Rota das Árvores Frutíferas, com seis quilómetros de extensão, é um caminho plano entre os pessegueiros ao longo do rio Segre. Já a Trilha Verde Natural Aitona-Soses é mesmo para quem gosta de longas caminhadas: trata-se de um percurso de quase 10 quilómetros entre as duas cidades ao longo do rio.
Aitona faz fronteira com a vila de Soses através do chamado “Clamor d’Aitona”, um curso de água alimentado pelo excesso de água dos canais de irrigação das fazendas. Além disso, é o lar de muitas espécies animais, como lagostins, patos e peixes.
Os trilhos podem ser feitos a pé, mas há também quem prefira fazê-los de bicicleta, de forma guiada ou independente. Outra atividade que ganha popularidade nesta época são os voos de balão de ar quente, uma experiência única para avistar o cenário a partir de uma perspectiva diferente.
Como lá chegar
De carro ainda é uma esticão até Aitona (são mais de 10 horas), pelo que a melhor opção é voar até ao aeroporto de Barcelona e, aí, alugar um carro para chegar às estradas pintadas de cor de rosa. De Barcelona a Aitona são cerca de duas horas de viagem.
Se apanhar um avião em Lisboa, encontra bilhetes de ida e volta desde 40€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 45€ e 58€, respetivamente.
Carregue na galeria para ver os campos floridos.
