Há vários motivos que levam turistas de todo o mundo à região de Provença, no sul de França, mas um dos principais são os campos perfumados de lavanda que pintam de roxo a localidade nos meses de verão. As fileiras infindáveis de flores, com um aroma inebriante, criam um verdadeiro cenário cinematográfico.
Com 300 dias de sol por ano, Provença tornou-se bastante associada a esta flor, que encontrou ali as condições perfeitas para se desenvolver. Com origem na Grécia, espalhou-se mais tarde para outras cidades europeias. Acredita-se que os comerciantes gregos foram os primeiros a levar a lavanda para a região, em 600 a.C., mas os responsáveis pelo cultivo generalizado da flor foram os romanos, que descobriram também que esta podia ser destilada em óleo.
Mais do que embelezar a região, as flores passaram a ser usadas para fins medicinais — dizia-se que eram tão milagrosas que até podiam curar a peste. O verdadeiro apogeu da lavanda, contudo, só surgiu no início do século XX, com as primeiras fábricas de perfumes na cidade francesa de Grasse, conhecida por ser, precisamente, a capital mundial do perfume. Como usavam o aroma das plantas para criar as fragrâncias, estas começaram a ser cultivadas em massa na região, tornando-se assim o símbolo de Provença.
Além da sua importância económica, a lavanda ocupa um lugar de destaque no tecido cultural da região, tendo em conta que os campos em flor são o centro de festivais, feiras e eventos que atraem visitantes de todos os lugares — e são muitas as zonas onde é possível avistá-los. O planalto de Valensole, um dos maiores de França, é uma delas.
Com mais de 800 quilómetros quadrados e uma altitude de 500 a 700 metros, é uma das áreas mais emblemáticas e pitorescas para o cultivo de lavanda em toda a Provença. O solo rico em calcário, aliado ao clima mediterrâneo, marcado por verões quente e secos e invernos amenos, cria o ambiente perfeito para o florescimento da planta.
Durante a época de floração, o planalto transformar-se num mar de flores roxas, que contrastam visualmente com a vegetação circundante — mas não é o único local onde se pode avistar o cenário. Para muitas pessoas, a abadia de Sénanque é um dos lugares mais icónicos para ver os campos de lavanda.
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Localizado em Luberon, uma das principais regiões produtores desta flor, os campos ficam mesmo de frente para o monumento, fundado em 1149 por monges cistercienses. Menos conhecidos são os campos roxos em Drôme, que tem a mais valia de estar entre duas das vilas mais bonitas do país: Montbrun-les-Bains e La Garde Ahdémar.
Para ver os campos bem roxos e com muitas flores, a melhor altura para visitá-los é nos meses de junho e julho. Antes disso, é provável que as flores ainda não estejam totalmente abertas. Depois, no final de julho, os tratores começam a colher as flores, que desaparecem por completo em agosto.
A colheita geralmente acontece entre 15 de julho e 15 de agosto, altura em que começam também as festividades à volta desta cultura. Um dos eventos principais é a Fête de la Lavande, que acontece na vila de Ferrassières, com apenas 100 habitantes e localizada a uma altitude de cerca de mil metros.
O festival acontece sempre no primeiro domingo de julho — este ano será no dia 6 — e marca o início da colheita. O programa inclui caminhadas acompanhadas pelos moradores ao coração dos campos, demonstrações de corte de lavanda e passeios pela rua com grupos musicais, bem como exposição de equipamentos agrícolas tradicionais, passeios de pónei e oficinas de sabonetes.
A região de Sault, no sopé do Monte Ventoux, também organiza anualmente um dos maiores festivais de lavanda do mundo. Todos os anos, no dia 15 de agosto, acontece um grande desfile com a participação de grupos folclóricos em trajes tradicionais, bandas de música locais e grupos a tocar pandeireta. As carroças, os carros alegóricos cheios de ramos de lavanda, tratores antigos decorados para o efeito e bicicletas vintage também desfilam pelas ruas.
O festival conta ainda com diversas feiras, incluída uma de produtores, onde os visitantes podem descobrir uma série de produtos derivados desta flor. Os artesãos aproveitam a ocasião para dar a conhecer as suas criações, como os arranjos florais, cerâmica, olaria, joias, artigos de madeira e artesanato.
Como lá chegar
O planalto de Valensole, onde ficam os campos mais emblemáticos, é facilmente acessível de carro a partir de grandes cidades, como Marselha, que fica a cerca de hora e meia de distância. Se partir de Lisboa, encontra bilhetes de ida e volta desde 57€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 52€ e 36€, respetivamente.
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