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A casa secreta construída sobre uma cascata que está a deixar todos curiosos

Poucos conhecem a localização exata ou o nome dos donos. Escondida entre árvores e a ribeira de Vides, descobrimos alguns dos segredos.
Não há dúvidas de que é única.

“Venha preparado para pouca rede de telemóvel. O local é isolado e o acesso é feito por um caminho em terra — mas apenas nos últimos 500 metros. É necessário estar atento às indicações que lhe fornecemos para que não se perca”. O aviso é feito na página de Airbnb por Carolina, a gestora de um alojamento rural que tem deixado muitos curiosos. E não é difícil perceber porquê.

Sem morada certa ou indicação de quem são os donos, a misteriosa Casa Moinho da Porta deixa qualquer um empolgado. A única certeza que se tem é a de que o empreendimento fica junto de um ribeiro afluente do rio Ave, próximo da freguesia de Taíde, em Póvoa de Lanhoso (uma vila do distrito de Braga). Fica a um quilómetro da casa mais próxima.

O que poderia servir de inspiração para muitas teorias da conspiração e histórias de suspense tem afinal uma explicação muito simples. “Temos mesmo uma política de só dar a morada concreta às pessoas que fazem a reserva, por uma questão de privacidade do espaço. Isto é, para que não haja pessoas a bisbilhotar ou a importunar”, explica à NiT Carolina Vieira. A identidade dos donos, porém, mantém-se em segredo e nem depois de várias tentativas a gestora a revela.

Trata-se de um negócio familiar, explorado desde 1999 com um único objetivo: tornar-se um turismo rural. Isto porque desde o início os proprietários perceberam que era um local especial e isolado. “Foi encontrado em ruínas, era um antigo moinho de água com mais de 400 anos. A partir dessa descoberta decidiu-se explorá-lo para essa finalidade”, conta-nos Carolina Vieira.

Depois de quatro anos de obras e requalificações o resultado foi não uma, mas duas unidades. Ainda que a plataforma de reservas possa induzir em erro, a Casa Moinho da Porta e o Estúdio Cascata fazem parte do mesmo projeto. A diferença de nomes não passa de uma questão técnica utilizada para facilitar o processo de reserva.

A principal, totalmente restaurada a partir de um antigo moinho de água, reflete a existência secular a partir dos seus traços arquitetónicos característicos. As pedras que a completam são antigas e pertenciam à ruína original.

Aqui podem ficar alojados quatro visitantes, que, além de terem acesso às duas suítes, podem aproveitar para descansar na cozinha, na sala de jantar e junto da lareira da sala de estar. “Também tem uma varanda sobre a ribeira de Vides, afluente do rio Ave e um extenso espaço exterior com piscina”, acrescenta a responsável pela gestão das casas.

Já a segunda, independente dessa, não poderia ser mais fácil de explicar. O nome diz logo tudo: Estúdio da Cascata. Imaginá-la, porém, pode ser uma tarefa mais complicada. É que a casa não está simplesmente perto de uma queda de água. Foi construída precisamente por cima da cascata. E nem precisa de sair à porta para a ver. Basta abrir a janela e lá está a água a passar tão perto de si.

“Neste espaço existe um quarto com cama de casal, uma zona de estar e uma cozinha sob a qual é possível ver a ribeira de Vides a passar através de um chão de vidro. Tem uma vista magnífica sobre a cascata e a área envolvente arborizada. No exterior, tem uma zona para relaxar e uma pequena piscina privada”, nota.

É mesmo aqui que “o som da natureza ganha uma dimensão fantástica e a água do rio e os pássaros nos envolvem totalmente”, garante à NiT a anfitriã. É por isso mesmo que nos assegura ser um local ideal para um fim de semana de aventuras.

“Além de ser isolado e completamente envolvida pela natureza, tem amplos espaços exteriores, piscina e acesso ao rio”. No interior, a combinação do antigo com o contemporâneo — através do uso de materiais como mármore travertino, e diferentes madeiras — confere-lhe diferentes ambientes. À mó e às pás originais do moinho juntam-se algumas peças contemporâneas para, no fundo, tentar manter um equilíbrio entre tradição, conforto e luxo.

O mistério começou assim a ser desvendado. Já conhecemos a história, a decoração, e até sabemos que para lá chegar temos de passar por uma estrada de terra que não está alcatroada — mas que é acessível de carro, não se preocupe. Só falta mesmo saber quanto custa passar aqui duas noites (o número mínimo por reserva).

“O valor mínimo em época baixa é 110€ por noite”. A gestora nota, porém, que os preços dependem da época e da procura e que, por isso, podem oscilar. As reservas podem ser feitas através do Airbnb ou do email casamoinhodaporta@nullgmail.com.

No final da conversa, salienta que, mais do que pelo secretismo, quem visita a Casa Moinho da Porta, fá-lo pela simplicidade e para estar perto da natureza. “É a oportunidade de dar valor às pequenas coisas da vida, ao descanso, à paz e ao tempo em família. Mais do que tudo o que se possa pensar, passar aqui uns dias serve para observar e absorver o que está a nossa volta, os animais, as plantas e as estações.” E pode fazê-lo acompanhado pelos seus animais de estimação, já que o alojamento é pet friendly.

Carregue na galeria para descobrir melhor o alojamento rural escondido no meio da natureza.

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