Filho de um construtor civil, Ilídio Simão, de 61 anos, aprendeu desde miúdo as técnicas de construção. Acabou por seguir as pisadas do pai, sempre com uma vontade enorme de ir alargando os horizontes. “Comecei a trabalhar como pedreiro, depois fiquei responsável pela parte do design na empresa do meu pai. Sempre gostei muito de colocar as minhas ideias em 3D. Nos últimos anos tenho feito vivendas para vender depois”, começa por contar à NiT o engenheiro civil que vive em Portimão.
A casa que construiu nas Caldas de Monchique, no Algarve, também teria o mesmo fim que todas as outras, mas havia algo ali que o impediu de seguir em frente com o negócio. Ribatejano de gema, sempre adorou o campo e era apaixonado por aquela zona do sul do País, que “apanha o melhor dos dois mundos”.
“Àquela altitude estamos a ver e a cheirar o mar, mas também conseguimos juntar a tranquilidade da serra e fugir daquele Algarve excessivo e cheio de gente. Aqui conseguimos ouvir o chilrear dos pássaros”, destaca. A ligação que tem à propriedade e à localidade existe há mais de três décadas, quando ganhou o hábito de passar os fins de semana às Caldas de Monchique, uma zona com um tempo “sempre muito ameno”.
“Dávamos umas voltas por lá e, curiosamente, havia um lote que sempre disse que um dia gostaria de comprar, apesar de não estar à venda”, recorda o engenheiro. Certo dia, algo o chamou. Já não ia à zona há alguns meses, mas sentiu uma vontade súbita de ir até lá beber um café e dar uma volta ao terreno. Foi nessa altura que viu uma tabuleta no meio da vegetação que dizia “vende-se”.
“Lembro-me de subir até meio do terreno e dar um pontapé na tábua. Nem cheguei a ir para as Caldas, fui logo para casa, agarrei no telefone e liguei para o senhor responsável por vendê-lo. Disse-me que tinha posto a tabuleta há menos de duas horas. Foi nessa altura que percebi que havia uma razão para ter ido lá naquele dia”, conta.
Confessou-lhe que tinha deitado abaixo a tábua e comprometeu-se a ir lá levantá-la se não chegassem a acordo — algo que não foi necessário. Comprou o terreno, ainda virgem, há cerca de 30 anos, mas só recentemente é que avançou com a construção da casa.
“Toda a família gosta do campo por isso deixei estar, sempre com a ideia de que seria para a minha reforma. A vida, depois, tomou outros caminhos”, diz. As obras só arrancaram em 2017 e a moradia ficou concluída no final de 2021. Depois de muito pensar, decidiu que aquele imóvel ficaria como uma herança para a família, para as filhas, e seguiu um rumo diferente: abriu o espaço como alojamento para “dar a conhecer um Algarve diferente”.
Em junho deste ano, após conseguir todas as licenças necessárias, abriu ao público a Casa da Colina, que marcou a estreia de Ilídio no mundo do turismo. Diz ser “a porta para o paraíso”, um sítio onde a modernidade se encontra com a natureza. Protegida pela montanha e pela própria encosta, fica a 270 metros de altitude.
Com traços modernos e um design inovador, o alojamento dispõe de cinco suites, oito casas de banhos (duas delas com banheira de hidromassagem), sala de estar com lareira, cozinha e um terraço enorme. No interior, preparado para receber pessoas com mobilidade reduzida, encontra-se ainda uma sauna e banho turco, bem como um pequeno ginásio com sala de jogos, como snooker. “Optámos por uma decoração moderna, com tons suaves, com um apontamento ou outro mais arrojado, mas tudo dentro de um ar simples”, destaca.
No terreno com cerca de dois mil metros quadrados instalou uma piscina com “horizonte infinito”, tratada a sal e aquecida todo o ano. Com vista para toda a envolvente, está rodeada por espreguiçadeiras. À frente da fachada destaca-se ainda o deck em bamboo natural, onde os hóspedes podem aproveitar o bom tempo ao ar livre.
No jardim, destacam-se as alfarrobeiras, uma delas centenárias, e as oliveiras e pinheiros-mansos que foram plantados recentemente. Há ainda uma área de plantas aromáticas e para infusões variadas que os hóspedes podem utilizar à vontade. “As plantas são de época e mantidas por nós, como a salsa, várias variedades de hortelã, coentros, erva-cidreira, camomila, manjericão roxo, orégãos ou açafrão”, diz.
Nesta vertente culinária destaca também o serviço de chef, quando solicitado. Mediante marcação, o alojamento oferece serviço de massagem terapêutica e de relaxamento. Outra mais-valia é o serviço de compras personalizadas, que consiste no envio da lista dos produtos de eleição do hóspede para os dias de estadia na casa.
Com capacidade para 10 hóspedes, as estadias começam nos 600€ por noite. As reservas podem ser feitas online.
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