A casa não ficava num local turisticamente óbvio. Além da mercearia e da barbearia, albergava uma típica ilha nas traseiras. Aos poucos, as quase dez famílias que lá moravam foram saindo e quando as irmãs Marta e Sónia Bessa a encontraram “era uma ruína”.
Há quase uma década que criar um alojamento só seu fazia parte dos planos e dos sonhos de ambas. A oportunidade materializou-se nesta propriedade do lado de Vila Nova de Gaia, a pouca distância do Douro e com vista privilegiada sobre a antiga ponte Dona Maria Pia e a mais recente ponte ferroviária de São João. O nome encarna o espírito recatado do local, The Lost Garden, de portas abertas desde o início de setembro.
Ambas ligadas à hotelaria — na área dos recursos humanos e na comunicação —, sabiam o que queriam fazer e como o fazer. Daí que a procura tenha começado há cerca de sete anos. Os últimos cinco foram passados a batalhar contra os atrasos e a demora de uma obra que revitalizou toda a área e edifícios no terreno.
“O processo de reconstrução demorou este tempo todo. Foi preciso para chegarmos ao que queríamos: um projeto na natureza, sustentável, com vista sobre o rio, uma piscina e jardins, sempre perto da cidade, mas num ambiente de calma e tranquilidade”, explica Marta de 44 anos.
Houve um cuidado extra na tentativa de manter a estrutura das casas. “90 por cento das madeiras dos quartos e das zonas comuns foram feitas por nós, da forma mais sustentável possível”, sublinha sobre a decoração praticamente assente nas texturas da madeira e num ambiente “leve e clean”.
No terreno com perto de 800 metros quadrados cabem onze quartos, divididos por dois pisos na casa principal e pelas pequenas casas da antiga ilha. Um deles foi ainda transformado numa suíte romântica com vista privilegiada sobre o rio e uma banheira.
Todos incluem serviço de aromaterapia, isto é, pode escolher o seu aroma favorito e ele irá preencher o quarto durante a estadia. “Queremos adaptar-nos aos gostos dos hóspedes”, assinala, antes de apontar para o exemplo do pequeno-almoço, sempre incluído na estadia.
“Cortamos com tudo o que é industrializado e apostamos em produção artesanal e caseira”, conclui. Isso significa que a oferta será um buffet recheado de pão, croissants e compotas feitas por lá e preparados na hora. Tudo servido na sala comum que serve também de bar até às 20 horas.
No exterior, uma piscina oval com 11 por cinco metros, à sombra de um dos pinheiros centenários e estrategicamente localizada para oferecer a melhor vista possível do Douro.
A estadia tem um custo mínimo de 150€ por noite.
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