Não é propício para quem sofre de vertigens, mas é uma experiência emocionante para aqueles que adoram uma boa aventura — e uma boa estadia. Afinal, não é todos os dias que se tem oportunidade de adormecer com vista para o majestoso Fitz Roy, uma das montanhas mais famosas na região da Patagónia, na Argentina.
É essa experiência que o OVO Patagonia vai oferecer a todos os viajantes que se atreverem a fazer uma caminhada desafiante para conseguirem chegar às cápsulas transparentes penduradas a 274 metros de altura. O acesso envolve um trilho nas profundezas de uma floresta nativa, seguida por uma via ferrata, que exige a utilização de capacetes.
A ideia de criar um alojamento peculiar, que nem todos certamente terão coragem de conhecer, foi do argentino Ezequiel Ruete, que pratica highline há mais de uma década. O desporto, uma das quatro modalidades de slackline, consiste em equilibrar-se numa fita flexível presa entre dois pontos estáveis, que podem ser estruturas, rochas ou prédios, a mais de 10 metros de altura.
A vontade de criar experiências únicas em contacto com as alturas levou-o a idealizar, juntamente com o arquiteto Luis Aparicio, o OVO Patagonia, na Argentina. O slogan do projeto, confessou à “Forbes”, é “sair da zona de conforto com conforto”.
O desafio era criar cápsulas de alta atitude que atraíssem turistas aventureiros e, ao mesmo tempo, fossem completamente seguras. “É sobre a possibilidade de experimentar a altitude e, muito mais do que isso, sobre encontrar a natureza na sua forma mais pura”, explicam no site.
Os trabalhos arrancaram em abril de 2021 e todos os materiais de construção tiveram que atravessar um rio, passando depois por um elevador de 250 metros. Depois de mais de três meses a trabalhar com uma equipa especializada de montanhistas e engenheiros, estão prestes a abrir o “hotel mais alto do mundo” e o “mais exposto às forças da natureza”, como têm anunciado. A inauguração está marcada para o dia 10 de dezembro.
Apesar do desafio, Ruete diz que o alojamento não convencional é destinado a qualquer viajante que tenha um nível razoável de condicionamento físico e vontade de aventura. Os hóspedes são acompanhadas por guias de montanha na jornada para cima e para baixo e podem ser contactados a qualquer momento. “O OVO Patagonia foi projetada como um refúgio do vento e da chuva, oferecendo uma experiência confortável e segura no contexto do clima patagónico”, garantem.
Tudo começa na cidade de El Chatlén, onde serão levados num 4×4 até ao alojamento Estancia Bonanza para receber as mochilas e equipamentos. Depois segue-se uma caminhada de cerca de uma hora até à área de preparação, seguida pela via ferrata de cinco minutos onde terão de subir algumas escadas até chegarem às cápsulas.
No total são quatro estruturas, cada um com um design de três níveis. No mais alto há uma cama que ocupa grande parte do espaço disponível. A área de estar, uma pequena mesa de jantar e a casa de banho fica no andar do meio, enquanto o piso mais baixo destaca-se por ter uma rede onde os hóspedes podem relaxar e olhar para o icónico Fitz Roy, com 3.405 metros de altura.
Suspensas numa montanha a 270 metros de altura, as quatro unidades de alojamento, com vistas panorâmicas de 360 graus, foram projetadas para acomodar duas pessoas. Esta “viagem imersiva através da rocha e do céu” vai estar disponível a partir de dezembro, seja para dormir ou simplesmente para almoçar, dependendo da experiência que escolher.
Caso escolha a estadia, os preços começam nos 1.100€ por noite. As reservas já podem ser feitas online.
Como lá chegar
Para chegar à Estancia Bonanza, onde se dá início à aventura, o aeroporto mais próximo é o de El Calafate, na província argentina de Santa Cruz. A viagem de carro ainda é longa, cerca de quatro.
Se partir de Lisboa, encontra bilhetes de ida e volta desde 1.590€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 1.720€ e 2.140€, respetivamente.
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