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Parece um castelo, mas é o hotel mais fotografado e assustador do mundo

O Fairmont Le Château Frontenac foi construído no final do século XIX e salta à vista. Provavelmente já o viu no Instagram.
É um dos mais assustadores do mundo também.

105.744 fotografias. É este o número de publicações no Instagram com a hashtag Château Frontenac — e isto sem contar com as outras redes sociais e tantas outras fotografias que não chegaram a ser partilhadas. O Fairmont Le Château Frontenac, o edifício histórico que parece um castelo localizado na cidade do Quebec, no Canadá, é o hotel mais fotografado do mundo, segundo o Guinness World Records.

Construído como um resort de luxo no final do século XIX, continua a ser um exemplo impressionante da arquitetura renascentista e salta à vista de qualquer pessoa que vá até à cidade do Canadá — que não resistem em tirar uma fotografia ao icónico edifício. O hotel consegue ver-se a partir de todo o lado, é Património Mundial da Unesco e, ao longo da sua história, já recebeu inúmeras personalidades, incluindo Alfred Hitchcock, Winston Churchill, Charlie Chaplin, Leonardo DiCaprio, Paul McCartney, a rainha Isabel II, Céline Dion, e tantos outros membros das famílias reais, chefes de estado e estrelas da música e do cinema.

O hotel foi projetado pelo arquiteto americano Bruce Price e inaugurado em 1893, a pedido de William Cornelius Van Horne, presidente da companhia ferroviária Canadian Pacific Railway. O objetivo era trazer mais turismo e, consequentemente, aumentar as viagens de comboio para o Canadá. Já nessa altura, previu que o Château Frontenac se tornaria no hotel mais falado do continente. E não estava errado.

A unidade hoteleira foi batizada em homenagem a Louis de Buade de Frontenac, um nobre francês que ocupou o cargo de governador da Nova França, uma antiga colónia francesa na zona ocidental do Canadá, durante o século XVI. Acredita-se que tenha morrido no interior do edifício (na altura conhecido como Château St. Louis) em 1698 e que, desde então, nunca mais o abandonou.

Até hoje, ainda não se sabe as causas da morte, mas diz a lenda que o nobre francês terá morrido de um desgosto de amor provocado pela distância da sua mulher, que ficou em Paris. Passados mais de 300 anos, os hóspedes continuam a afirmar que viram o fantasma do governador a deambular pelos corredores do castelo à procura da sua amada. Contudo, não é o único que assombra o hotel: há quem diga que a esposa, conhecida como a Mulher de Branca, também anda por lá e é conhecida por se deitar na cama com hóspedes. Assim, além de ser o mais fotografado do mundo, também é considerado um dos mais assustadores.

Lendas à parte, o Château Frontenac também está repleto de história (mesmo verdadeira). Durante a Segunda Guerra Mundial, foi o hotel escolhido para receber duas conferências importantes sobre estratégias militares. A primeira aconteceu em agosto de 1943 e contou com a presença de Winston Churchill e Franklin D Roosevelt, além do primeiro-ministro canadense Mackenzie King. Em setembro de 1944, os líderes reuniram-se novamente para discutir a desmilitarização da Alemanha.

Em 1953, o edifício foi usado para as gravações do filme “Confesso”, de Alfred Hitchcock, protagonizado por Montgomery Clift e Anne Baxter. O gerente do Château Frontenac na época, George Jessop, interpretou-se a si mesmo no filme. A Rainha Isabel II, a Princesa Grace de Mónaco, Charles de Gaulle, Ronald Reagan foram outras das personalidades que honraram o famoso hotel com a sua presença.

Há uns anos, foi descoberto um cartão postal coreano preso entre dois andares, durante uma reforma de rotina. A nota datava da Segunda Guerra Mundial e foi escrita por um soldado que pedia à namorada para esperar por ele. A administração do hotel ainda tentou descobrir o destinatário da carta, mas sem sucesso. Contudo, essa história inspirou a produção do filme coreano “Globin”, lançado em 2016.

O edifício tem 77 metros de altura e, apesar de não ser o mais alto do Quebec, já o foi em tempos, até 1930. Atualmente, o Château Frontenac possui 611 quartos e suites, todos com uma decoração contemporânea, divididos por 18 pisos. Algumas das acomodações são temáticas e homenageiam os presidentes e primeiros-ministros que visitaram as instalações, como o canadense Justin Trudeau, o Winston Churchill ou o Pierre Elliot Trudeau. Além dos líderes mundiais, algumas suites têm como tema Céline Dion, Alfred Hitchcock e William Cornelius Van Horne.

O hotel dispõe ainda de lojas, cinco restaurantes, spa, piscina e ginásio. No último andar do edifício existe um observatório, onde os hóspedes conseguem ter uma vista panorâmica sobre a cidade. Além disso, existem cerca de 2.000 janelas com vistas incríveis para o rio St. Lawrence e para os jardins.

Quanto à estadia, pode não ser tão cara quanto julga: pode reservar o quarto mais barato desde 294€ por noite.

Como lá chegar

Se partir de Lisboa, encontra bilhetes de ida e volta desde 623€ para o Aeroporto Jean Lesage, no Quebec. Quando aterrar, só precisa de apanhar o autocarro número 80 e sair na paragem de Dorchester. 

De seguida, carregue na galeria para ver algumas das fotografias do hotel partilhadas nas redes sociais, de todos os ângulos possíveis e imaginários. 

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