“O que é que significa ‘Rebenta a Bolha’?”, pergunta à NiT Gregório Duvivier, quando falamos do novo jogo de tabuleiro de César Mourão, que tem o mesmo título da sua rubrica de improviso na Rádio Comercial.
Duvivier, um dos humoristas brasileiros mais conhecidos e membro do coletivo Porta dos Fundos, está em Portugal com os companheiros Luis Lobianco, Gustavo Miranda e Andres Giraldo para apresentar “Portátil”, um espetáculo de improviso que já tinha estreado no País em 2015. Desta vez, o português César Mourão é convidado especial para substituir João Vicente de Castro.
“É uma expressão que significa ‘acabou, podes parar’”, respondemos. “Você começa o jogo querendo terminar. Boa ideia, César Mourão!”, goza Gregório Duvivier, que já conhecia a NiT de uma entrevista feita em maio.
Neste espetáculo, nada é ensaiado e não existe qualquer tipo de guião. Cada “Portátil” é diferente, porque os humoristas pedem a alguém do público que conte a sua história de vida antes de a transformarem numa peça improvisada com números musicais. É Andres Giraldo que improvisa a música ao vivo.
“O que a peça mostra é que toda a história é interessante. Tem muito material teatral na vida das pessoas comuns”, diz Duvivier. Mas às vezes não resulta bem, quando as pessoas tentam ser engraçadas ou não têm uma história interessante.
“Não é grave ser triste, é pior ser nada. Gostamos da riqueza de detalhes, de as conseguir visualizar. É muito melhor quando as pessoas são sinceras e nos contam os seus sonhos verdadeiros.”
E o brasileiro acha que os portugueses são mais honestos (e poéticos) nestes momentos. “Vocês tem um apreço maior pela língua, logo, pelas palavras e narrativas.” Assume que seria problemático se numa plateia ninguém quisesse contar a sua história. “É um pesadelo que a gente tem.”
Apesar de ser improviso, existe muito treino envolvido. Os humoristas estiveram a praticar durante quatro meses antes do espetáculo, todos os dias. Gustavo Miranda, antes de ser um dos participantes de “Portátil”, era o treinador. “A gente não ensaia mas treina, é preciso estar o tempo todo a estimular a mente”, diz o mestre colombiano do improviso.
“Portátil” foi apresentado na quarta-feira, 14 de dezembro, no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, onde vai estar em cena no dia 15, às 21h30 (já esgotado) e 16, com duas sessões: uma às 21h30, outra às 23h45.
Depois, atuam no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, dia 18, às 18 horas e às 21h30; no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, dia 19, às 21h30, e dia 20, às 21h30 e às 23h30; e em Guimarães, no Centro de Artes e Espetáculos de São Mamede, a 21 de dezembro, às 21h30. Todos os bilhetes estão à venda na Ticketline, entre os 18€ e 25€.
Veja o vídeo onde a Porta dos Fundos experimenta o jogo de improviso de César Mourão e fala sobre o espetáculo “Portátil”.