A segunda semana já vai a meio e o desafio #comerbemnãoémaiscaro continua com sucesso. Das compras que fiz para a primeira semana, (a lista está aqui), sobraram cereais (arroz integral, flocos de aveia e millet), leguminosas (feijão azuki, lentilhas e grão de bico) e água, que irei utilizar esta semana — para além dos ingredientes base, como condimentos e temperos, chá, algas, miso, óleo ou azeite. Ainda assim, fui novamente às compras no sábado (a lista do que comprei está no final do texto) e gastei mais 51,23€. Tenho ainda 33,14€ para a última semana.
Tem sido cada vez mais fácil levar este desafio. Já não me custa cozinhar todos os dias, sem qualquer excepção, a todas as refeições. Tornou-se um hábito. Já não invento desculpas para mim própria, como sempre fiz anteriormente (porque é tarde, porque não fui às compras, porque não me apetece cozinhar,…). Estava habituada a comer fora de casa muitas vezes, tudo era um bom motivo, e os primeiros dias foram de adaptação mental a esta nova realidade. Agora, o sentimento é de equilíbrio e dever cumprido.
As nossas emoções estão relacionadas com as variações de açúcar no sangue.
No final da primeira semana, sentia vontade de comer outras coisas que não a minha comida macrobiótica. As fotografias do feed de notícias do Facebook e do Instagram faziam-me salivar… De há uns três dias para cá, já não. A minha comida simples satisfaz-me tanto o estômago como os sentidos. Mentalmente também me sinto mais serena. O açúcar de absorção rápida (presente no açúcar, frutas, sumos de fruta, mel, pão branco, arroz branco ou farinhas refinadas) faz com que existam picos de humor. As nossas emoções estão relacionadas com as variações de açúcar no sangue. Os açúcares de absorção lenta (presentes nos cereais integrais e derivados, legumes e leguminosas) são mais benéficos e tornam-nos emocionalmente mais estáveis, sem montanhas-russas de humor.
Tendencialmente, antes deste desafio, comia bem. Mas não a 100%, nem nada que se pareça — sobretudo porque almoçava e jantava muitas vezes fora, ainda que em restaurantes vegetarianos. Ainda assim, sinto mudanças significativas. Para além disso, a determinação e o sentimento de dever cumprido parecem ter-se estendido para outras áreas da minha vida. Sempre fui de empurrar para baixo do tapete os assuntos chatos, para ver se desapareciam miraculosamente. Nunca desapareceram — já devia saber isso. Nesta fase, tenho resolvido alguns e sinto-me mais leve.
O desafio #comerbemnãoémaiscaro continua. Faltam 12 dias, ainda nem a meio estou! Vou partilhando aqui como está a correr e dando algumas dicas e receitas no Facebook e Instagram. Comer bem não é mesmo mais caro, é uma questão de organização e de hábito.
Diana Baptista é autora da comunidade I Love Bio.
Lista de compras
Cereais:
— Arroz Integral: 3,44€ (1,4kg);
— Soba: 3,06€ (250g).
Leguminosas e derivados:
— Feijão Frade: 4,95€ (500g);
— Tofu no Barro: 1,55€ (250g);
— Seitan: 3,71€ (500g).
Legumes e frutas: 14,09€
— Limão;
— Cebolas;
— Alho;
— Cogumelos;
— Couve Galega;
— Cebolinho;
— Salsa;
— Couve Roxa;
— Alho Francês;
— Cenouras;
— Brócolos;
— Couve-Flor;
— Maçãs;
— Tangerinas.
Outros:
— Natas de Millet: 1,24€ (1 embalagem);
— Iogurte natural: 2,33€ (500g);
— Massa Folhada: 2,71€ (1 embalagem);
— Ovos: 2,33€ (6 unidades);
— Choucroute de cenoura: 2,31€ (1 embalagem);
— Pão de Arroz: 5,7€ (3 unidades).