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“A Máscara”: As mulheres querem é o Nelson Évora com um fato apertado de licra

O humorista e cronista Miguel Lambertini analisa o mais recente episódio do programa da SIC.
João Manzarra é o apresentador.

Como isto anda fraco a nível de estreias e formatos de trash TV e continuo à espera do regresso de “Dança com as Estrelas”, lembrei-me de dar mais uma espreitadela no programa “A Máscara”, da SIC, para ver o que é que mudou desde a estreia. No fundo, é um dois em um: entretemos o nosso serão com um programa que dispõe bem e ao mesmo tempo aproveitamos para tirar ideias originais de máscaras, para quando o coronavírus cá chegar.

Pessoalmente, optaria pela máscara que os artistas usam quando estão nos bastidores do programa: aquele fato com um capacete preto e uma T-shirt estampada com a frase “não falem comigo”. É o sonho de qualquer pessoa que trabalhe numa caixa de supermercado; ou é ideal para quando tens um almoço de família ao domingo e estás com uma ressaca de bradar aos céus. Além dos participantes residentes, que ainda se mantêm em jogo, agora há um candidato mistério que se esconde atrás da máscara de um camaleão. O júri tentou descobrir de quem se tratava e, como sempre, lançou os seus palpites muitíssimo certeiros sobre quem seria esta figura enigmática.

Luís Borges, Cifrão, Madjer, ou o “ministro” Costinha — sugeriu César Mourão — eram as grandes hipóteses em cima da mesa. O público, excitado que nem um grupo de cabeleireiras numa despedida de solteira, começa a gritar “tira, tira, tira”. O camaleão tira a máscara e ficamos a saber que era afinal o atleta olímpico Nelson Évora. Nesse momento algumas das senhoras da plateia continuaram a gritar “tira, tira”, porque ainda se lembram das imagens do Nelson naquele fato de licra apertadinho, que ele usa nos campeonatos.

Nesta fase estão ainda em jogo o Astronauta, Pavão, Corvo, Pantera, Cavaleiro e Borboleta, sendo que no episódio deste domingo, 9 de fevereiro, a participante desvendada foi a da Pantera. Depois de alguma especulação, todas as pistas apontavam para que fosse Sara Carreira — vai-se a ver e era mesmo. A única dos irmãos Carreira que não depila o peito fez uma boa prestação ao longo do programa e mostrou que filho de peixe sabe ronronar, tendo sido elogiada pelos “investigadores”.

Ainda assim, senti pela expressão da Carolina Loureiro que ela estava com algum receio de que na verdade aquela não fosse a Sara Carreira, mas sim o David Carreira mascarado de Sara Carreira mascarada de Pantera, que tinha vindo fazer uma declaração de amor à ex-namorada. Isso sim, teria sido épico, e um palpite que estranhamente ninguém se lembrou. Por falar em palpites, de todas as conjeturas geniais levantadas pelo júri neste formato, nenhuma bate a de Sónia Tavares relativamente à máscara do Astronauta.

Segundo a vocalista dos The Gift, quem se esconde por trás daquela personagem é o Padre Borga, o sacerdote artista que ficou conhecido por esse hit da música cristã “Põe Tua Mão na Mão do Meu Senhor”. Eu espero sinceramente que a Sónia esteja certa, porque isto abre um precedente incrível e de ora em diante nada impede que possamos ter outros membros do clero a participar em programas de televisão.

Por exemplo, já estou a ver o Padre Frederico a voltar do Brasil para cozinhar um arroz de miúdos no “Programa da Cristina”, ou o Frei Hermano da Câmara com o seu cântico de claque “Jesus” a animar os formatos de comentário desportivo. Não puxem por mim, porque são várias as possibilidades e não só de participações em programas como até mesmo de criação de novos formatos, sei lá, um “Quem Quer ser Casado pelo Prior”, um “God Talent” ou porque não um “Pesadelo na Sacristia”. Eu via. Entre isso ou o “Prós e Contras”, acho que ficávamos todos a ganhar. Daniel Oliveira, se estiveres a ler isto, liga-me e marcamos um almoço para trocar ideias. Se tudo correr bem, eu devo estar com um capacete preto e uma T-shirt com a frase “Não falem comigo”.

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