Os Anjos vão lançar um documentário para celebrar os 25 anos de carreira, mas o anúncio está a causar controvérsia. A revelação acontece precisamente durante o polémico julgamento do processo que moveram contra a humorista Joana Marques.
Nelson Rosado confirmou os planos em entrevista ao site “Dioguinho”, onde explicou que o projeto está em curso. “Um dia destes também vamos ter um documentário sobre os Anjos. Nós estamos a gravar um documentário nosso”, afirmou.
A produção, garante, começou há algum tempo, mas foi colocada em pausa devido ao processo judicial. “Como sabíamos que [o julgamento] ia acontecer, achámos que tínhamos que não misturar as águas, então havemos de retomar as gravações das coisas. Temos material de bastidores. Mas é uma coisa para, depois destas coisas todas, começarmos a preparar, para lançar lá para 2026”, acrescentou.
O detalhe que tem gerado mais críticas é o facto de os 25 anos de carreira já terem sido assinalados em 2024.
O documentário surge numa altura em que os irmãos Sérgio e Nelson Rosado têm estado no centro das atenções pelo processo judicial que moveram contra Joana Marques. A dupla exige cerca de 1,2 milhões de euros por danos morais e materiais causados por um vídeo publicado pela humorista no seu Instagram, onde mostra a dupla a cantar o hino nacional num evento do MotoGP no Algarve, em 2022. Em causa está uma montagem, onde surgem também membros do juri do “Ídolos” a comentar a prestação.
O caso já teve quatro sessões em tribunal, a última das quais aconteceu a 11 de julho. Nas alegações finais, a advogada dos Anjos acusou Marques de “instigar o ódio” com a publicação. “Não podemos aceitar que para algumas pessoas valha tudo, a liberdade de expressão irresponsável torna alguém totalitário”, afirmou, citada pelo “Observador”.
A acusação defende que o vídeo editado foi criado “para descredibilizar e ridicularizar” os artistas. “Dizer 50 vezes, ‘Isto foi só uma piada, eles é que não lidam bem com o gozo’ não o torna realidade”, reforçou.
Já a defesa de Joana Marques sublinhou que, apesar de reconhecer o sofrimento dos cantores, o processo deve ser analisado de forma técnica. “Por muito que tenham sofrido ou tolerado menos bem a piada, que acreditem que a piada levou ao cancelamento de espetáculos, isso tem a ver com a maneira própria como a entenderam e não é por isso que houve um ato ilícito”, explicou a advogada.
Outro dos representantes da humorista reforçou que o conteúdo partilhado se tratava de uma “mera montagem”, sem provas de qualquer ato ilícito. A defesa frisou ainda que não é razoável exigir a Joana Marques um “juízo de prognose” sempre que faz humor.
A troca de acusações continuou até ao final da sessão. A advogada dos Anjos disse que “ver uma senhora Joana Marques colocar o profissionalismo de pessoas com 26 anos de carreira é um ato ilícito”. No final, deixou críticas à imprensa e ao que considera uma tentativa concertada de “prejudicar ainda mais o sucesso dos Anjos”.
O julgamento foi dado como encerrado pela juíza. A decisão deverá ser conhecida apenas depois de setembro, já que as férias judiciais começaram a 16 de julho.