Tiago e Margarida Silva Carvalho, de 53 e 43 anos, tinham planeado uma pré-reforma tranquila no Algarve depois de venderem o restaurante Rio’s, em Oeiras. A pausa, no entanto, durou pouco tempo. Um convite de um amigo acabou por levá-los a abrir um novo restaurante em Olhos d’Água. O Tupuq foi inaugurado a 21 de junho e apresenta-se como um conceito de fine dining “sem exibicionismos”.
O projeto nasceu quando Francisco Nogueira Sousa ficou com um espaço de um grupo espanhol e quis confiar a operação a alguém da sua confiança. Lembrou-se dos amigos que viviam no Algarve e desafiou-os a visitar o local. O plano era iniciar a atividade na primavera e o casal aceitou o convite.
“Estávamos numa fase mais de descanso quando um amigo insistiu para irmos ver um espaço. Ele tinha ficado com o projeto há um ano e estava tudo programado a nível de obras para arrancarem a operação na primavera deste ano. Decidimos entrar e mudamos muita coisa para que o espaço funcionasse”, explica Tiago Silva Carvalho.
O Tupuq abriu com capacidade para 50 lugares e uma varanda com vista para o mar. Quando o casal viu o espaço pronto, soube que tinha concretizado a ideia com que sonhava: um restaurante onde os clientes pudessem aproveitar o verão “com uma vista inacreditável”. Desenhou, depois um local onde a decoração intemporal e tons crus se misturam com a natureza envolvente, “sem chocar”.
Depois de experiências anteriores no Rio’s e no BBeach da Praia da Torre, que ainda gere, Tiago sabia que precisava de um chef de confiança. Encontrou José Neto, que passou por cozinhas como as de Vítor Sobral e António Bóia e que regressara recentemente a Portugal após um período em Angola.
“Queríamos uma cozinha de fine dining onde os clientes pudessem ter uma experiência de comida incrível, mas sem ser demasiado, sem exibicionismo”, refere Tiago. O menu foi pensado para agradar a clientes portugueses, como para os hóspedes do Casa da Praia, o resort onde o restaurante está inserido.
Os pratos de peixe assumiram um lugar de destaque. Um dos mais pedidos é o Bacalhau à Brás (28€), feito “de início ao fim”, sem batatas de pacote e com bacalhau fresco. Outros pratos que se destacam incluem os filetes de pregado com arroz de tomate (35€) e o polvo confitado com batata à murro e grelos salteados (31€). A cataplana para duas pessoas (63€) é outra das opções de marisco.
Entre os pedidos do proprietário estava o regresso do risotto de lavagante com lima (28€), um clássico do Rio’s. “Falei com o chef, passei-lhe a receita e acertou à primeira. Acrescentou-lhe dois ingredientes que ainda tornaram o prato melhor”, admite.
Nas carnes, o bife do lombo à Café Paris (29€) com molho do chef e o carré de borrego com broa de milho e molho de menta (33€) são os pratos mais solicitados. Nas entradas, destacam-se as amêijoas à Bulhão Pato (28€) e o camarão com manga e molho de cocktail (18€). Nas sobremesas, o pão de ló húmido (12€), com gelado de pêra bêbeda, tem ocupado o topo das preferências.
Sobre a carta de vinhos com cerca de 86 referência, Tiago prefere ser modesto e garante que não se compara “à grande parte dos restaurantes do Algarve”. “Tivemos cuidado em direcionar os cocktails para o público estrangeiro e os vinhos trouxemos um pouco de todo o País.” Ainda assim, é no Tupuq que se encontram cerca de 12 rótulos de pequenas produções do Douro, Dão, Alentejo e um do Algarve “que têm histórias para contar”, com preços dos 30 aos 200 euros. “São todos tintos e são todos especiais”, assinala.
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