Entre páginas de livros e cenas de cinema, há histórias que nunca deixam de se cruzar. É precisamente desse cruzamento que nasce o ciclo “Literatura e Cinema — Intermedialidades”, organizado pela Associação Portuguesa de Escritores, que nesta primeira edição escolhe revisitar dois dos maiores nomes da literatura portuguesa: Eça de Queirós e Camilo Castelo Branco.
O ciclo começa às 18 horas de 5 de setembro, sexta-feira, na Cinemateca, com a exibição de “O Primo Basílio” (1959). A adaptação da obra de Eça de Queirós acompanha Luísa, uma mulher burguesa infeliz no casamento com Jorge. Quando o casal recebe a visita de um parente afastado de Luísa, com quem ela vivera um caso anos antes, a protagonista deixa-se seduzir.
Realizado por António Lopes Ribeiro, “O Primo Basílio” conta com António Vilar, Aura Abranches, Cecília Guimarães, João Villaret e Carmen Mendes no elenco.
Nesse mesmo dia, às 20h30, o restaurante 39 Degraus, situado na Cinemateca, organiza um jantar inspirado na ementa “queirosiana”, com referência à ceia em Tormes descrita por Eça no livro “A Cidade e as Serras”.
Após a refeição, segue-se uma conversa sobre a obra, com a participação do ator Rui Mendes, que fará leituras de passagens de “A Cidade e as Serras”, do embaixador António Monteiro, que falará da carreira diplomática do escritor, e da investigadora Maria do Rosário Lupi Bello, que analisará as adaptações cinematográficas de Eça de Queirós.
No dia 22 de setembro, às 17 horas, no Palácio das Galveias, em Lisboa, será exibido “O Dia do Desespero”, que retrata os últimos anos de Camilo Castelo Branco. Manoel de Oliveira recorre às cartas trocadas pelo escritor nessa fase para construir o fio narrativo da obra e o espaço psicológico do protagonista.
Neste filme que cruza ficção e realidade, é retratada a personalidade instável e frustrada de um autor em permanente conflito consigo mesmo. Realizado em 1992 por Manoel de Oliveira, conta no elenco com Teresa Madruga, Mário Barroso, Diogo Dória e Luís Miguel Cintra.