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Agente de Joana Marques já testemunhou. Negou as acusações de advogada dos Anjos

Miguel Isaac também foi o produtor dos espetáculos ao vivo da humorista, onde era apresentada a atuação dos Anjos no MotoGP.

Após duas sessões focadas nos depoimentos de testemunhas dos Anjos, a 17 e 18 de junho, o julgamento que opõe a dupla a Joana Marques está, nesta segunda-feira, dia 30, a ouvir as testemunhas do lado da humorista. Esta enfrenta uma acusação de difamação depois de ter publicado, no seu Instagram, um vídeo dos irmãos Rosado a cantar o hino nacional num evento do MotoGP, no Algarve, em 2022. Os Anjos pedem uma indemnização de 1,2 milhões de euros, alegando ter tido 11 concertos cancelados, devido á polémica, e perdido mais de 100 mil euros em patrocínios.

Esta segunda-feira, 30 de junho, foi ouvido Ricardo Araújo Pereira no Juízo Central Cível de Lisboa. Depois, as atenções viraram-se para Miguel Isaac, agente da humorista.

Começou por dizer que, após as críticas feitas pelos Anjos ao vídeo partilhado por Joana Marques (uma montagem que mostrava o júri do “Ídolos” a comentar a prestação), tentou contactá-los — depois de os próprios também terem tentado falar com a humorista —, mas não obteve resposta.

Miguel Isaac também foi questionado sobre o vídeo “manipulado”, que desencadeou toda a polémica, ter sido mostrado em espetáculos ao vivo de Joana Marques. Isaac defende a cliente, garantindo que, nas atuações, não usaram as mesmas imagens que foram partilhadas no Instagram da comediante, mas sim “um excerto da transmissão original”.

No seguimento, uma das advogadas dos irmãos Rosado (representados por Luciana Rosa de Oliveira e Natália Luís) mostrou, num ecrã, uma fotografia de baixa resolução dos espetáculos ao vivo de Joana Marques e questionou: “Como é que afirma com tanta certeza que não é o vídeo publicado pela ré?”.

Miguel Isaac defendeu-se, afirmando é o produtor executivo do espetáculo, “por isso sei que não é”, garantiu, aqui citado pelo “Observador”. Esta afirmação, porém, não foi o suficiente para a equipa de defesa dos Anjos.

“Quantos segundos tinha o vídeo?”, perguntou a advogada da dupla, ao qual o agente disse que tinha entre cinco e 15. “Não chega para perceber se é um vídeo ou outro”, remata a advogada.

Como tudo começou

A polémica que opôs a humorista e a dupla começou há cerca de três anos. Na altura, Joana Marques partilhou, no seu Instagram, um vídeo dos Anjos a cantar o hino nacional “A Portuguesa”, a que foi acrescentada, através de montagem, uma reação negativa do painel que compunha o júri do programa “Ídolos”, do qual fazia parte.

No final do vídeo é possível ouvir Tatanka (vocalista dos Black Mamba, outro dos jurados) afirmar: “Assassinar uma música destas, tive de mandar parar”. A legenda do post inclui apenas uma questão retórica: “Será que foi para isto que se fez o 25 de abril?”, visto que a atuação aconteceu a 25 de Abril de 2022.

O momento aconteceu durante uma prova do Moto GP, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão. Foram alvo de críticas e de acusações de terem “arruinado” a canção. Em resposta aos insultos, os Anjos afirmaram ter enfrentado “problemas técnicos”, referindo uma interferência sonora que provocou uma ilusão fonética nas palavras, adiantou o “Notícias ao Minuto”.

Através da sua empresa, Angel Minds – Gestão e Promoção de Espetáculos Lda, os músicos exigem uma indemnização de aproximadamente 1,2 milhões de euros. O caso chegou ao tribunal a 17 de junho.

“É um processo que se encontra em tribunal, a sede apropriada para tratar destas situações. Lamentamos ter chegado a este ponto. É grave! Acredito que nos conhecem bem e sabem que não somos pessoas de vingança nem de discórdia. Contudo, foi algo que nos magoou muito, mexeu bastante connosco, assim como com a nossa equipa e as nossas famílias”, disse Nelson Rosado, um dos elementos, à “TV Mais”.

A dupla afirma que o vídeo teve um “impacto altamente lesivo” para a carreira e contratos de concertos e parcerias comerciais. “É importante que as pessoas percebam, de uma vez por todas, que, com muita ou pouca visibilidade, no digital não podem escrever, dizer ou fazer tudo o que querem, nem magoar os outros. Isso é contra os nossos princípios, contra tudo aquilo que defendemos”, afirmaram.

Antes de avançarem com o processo, os Anjos tentaram obter um pedido de desculpas da humorista, mas sem sucesso, o que os levou a tomar essa decisão. “Fomos educados a respeitar o próximo. Somos pessoas de concórdia e não de discórdia. Não vivemos de escândalos nem queríamos que esta situação tivesse chegado a este ponto. Tentámos de tudo, tudo! Mas do outro lado encontrámos uma posição irredutível. Não tivemos outra alternativa“, concluíram.

O caso chegou finalmente a tribunal, em Lisboa, a 17 de junho e, nas primeiras sessões, apenas foi ouvido o lado dos Anjos. Um dos momentos mais virais do julgamento surgiu quando Sérgio Rosado disse ter ficado com acne devido ao bullying que sofreu online. Leia o artigo da NiT para conhecer melhor esta história.

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