O porco assado em forno a lenha tornou-se famoso pela Mealhada em 1947, quando Maria Olímpia Ferreira e Arménio Camboa decidiram assar o primeiro leitão. A moda pegou e entre os clientes mais fiéis do Rei dos Leitões estão vários nomes conhecidos, como o presidente do FC Porto André Villas-Boas e Rui Costa, presidente do Benfica.
A boa notícia é que não vai precisar de fazer os quilómetros até à Bairrada, porque a especialidade vai viajar até aos lisboetas. O prato, que já foi reconhecido como uma das Sete Maravilhas da Gastronomia de Portugal, será servido a 22 de maio (ao almoço) e a 23 (ao almoço e jantar), pelo Rei dos Leitões, que visita temporariamente o Restaurante Grill D. Fernando, no Altis Grand Hotel, em Lisboa.
No último piso do hotel lisboeta poderá provar-se “o melhor da Bairrada”. Ao almoço e ao jantar o serviço inclui cabidela de leitão, peixinhos-da-horta e presunto de porco preto 24 meses. Mas estas propostas farão parte apenas das entradas.
Como pratos principais, seguem-se a tradicional Chanfana, Bife Wellington e a estrela do restaurante, claro, o Leitão da Bairrada. “Para terminar em beleza e adoçar o paladar dos mais gulosos, o tão conhecido ‘Carrinho das Sobremesas’ do Grill Dom Fernando será recheado de Morgado do Bussaco e Duchesse”, revelam os responsáveis.
Para beber, há vinhos São Domingos, originários da Bairrada e Dão, “resultado de anos de trabalho com as castas tintas Baga e Touriga Nacional e nas castas brancas Bical, Maria Gomes, Cercial e Arinto”. Mais uma vez, a Semana Gastronómica contará com o apoio dos azeites Arvolea, produtos artesanal e biologicamente produzidos na região de Trás-os-Montes.
A refeição custa 72€ por cliente, com bebidas incluídas.
O segredo da especialidade
O leitão está no topo dos pedidos, como seria de esperar. Feito da mesma forma há mais de 60 anos, os clientes garantem que “nunca comeram nada igual”. Licínia atribui o sucesso à simplicidade do molho, que leva pimenta, banha de porco, sal marinho e alho. O processo de assar o leitão em fornos aquecidos a lenha também é fundamental.
“Nunca alteramos o molho e apostamos na qualidade dos ingredientes. A maioria é de produtores da zona”, adianta. O resto pode ser atribuído à qualidade do leitão, que é sempre fresco e tem cerca de seis semanas. “Não usamos nada congelado. Isso faz uma diferença gigante.”
Por dia entram nos fornos feitos por pedreiros da zona entre 15 e 50 leitões, consoante o movimento da casa. Isso significa que, por ano, são assados cerca de oito mil leitões, acompanhados por uma quantas toneladas de batatas fritas e de pão da Mealhada, que também é assado em forno a lenha.
Leia o artigo da NiT para conehcer a história do Reis dos Leitões, agora gerido por Licínia Ferreira e António Paulo Rodrigues.
