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Fãs de Ariana Grande estão cada vez mais preocupados com o aspeto da artista

"Só pode estar doente", lê-se numa publicação viral nas redes sociais. No entanto, a cantora de 31 anos garante estar mais saudável do que nunca.

Durante o período em que “Wicked” esteve a ser filmado, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2024, o corpo de Ariana Grande sofreu grandes alterações. Nas red carpets das galas de prémios, os fãs apenas conseguiam reparar no quão magra estava a cantora — que esta sexta-feira, 28 de março, lançou o disco “Eternal Sunshine Deluxe: Brighter Days Ahead”.

A 16 de fevereiro, surgiu nos BAFTAs com um luxuoso vestido rosa e preto assinado por Louis Vuitton. Após as fotos terem sido divulgadas na Internet, começou a ser discutido o quão visível estava o seu esterno (um osso na parte central do peito). “Parece que está com anorexia”, lia-se numa publicação viral. “A Ariana só pode estar doente”, comentou outro utilizador no X (antigo Twitter).

O tópico acabou por chegar ao círculo íntimo da cantora de 31 anos — responsável por hits como “We Can’t Be Friends”, presente no seu mais recente trabalho. “A agenda dela para a campanha de promoção do ‘Wicked’ era muito difícil”, disse ao “Page Six” um ex-colega que escolheu permanecer anónimo.

Depois de ter aparecido nos BAFTA, em Londres, Grande viajou imediatamente para Tóquio, no Japão, onde passou semanas a promover o filme antes de chegar aos cinemas do país a 7 de março. “Acho que ela estava numa situação em que o corpo dela nem percebia quando é que precisava de comida”, acrescentou o antigo colega.

“Ela dormia quando devia estar acordada e estava acordada quando devia estar a dormir. O facto de ser mulher também agrava a situação porque tem de estar sempre com maquilhagem, cabelo e unhas cuidados.”

Chamou a atenção nos BAFTAs.

Outra fonte, que trabalhou com Ariana em álbuns passados, realçou o facto de a cantora lidar com problemas de ansiedade há anos. Apesar de a sua saúde mental não estar sempre no melhor estado, “nunca aparentou não gostar do seu aspeto”, revelou a ex-funcionária.

As conversas em torno do corpo da cantora começaram em meados de 2023, quando “Wicked” já estava a ser gravado. No final de 2023, a artista não conseguia ler mais comentários negativos e desabafou sobre tudo o que sentia num vídeo publicado no TikTok.

O nosso corpo pode ser bonito e saudável mesmo tendo um aspeto diferente”, começou por dizer. “O corpo que eu tinha anteriormente não era uma versão saudável.” Isto porque depois de maio de 2017 — após o bombardeamento no seu concerto em Manchester que vitimou 22 fãs — Ariana começou a tomar “muitos antidepressivos e a beber compulsivamente”. “Foi a época mais negra da minha vida.”

Devido ao atentado terrorista, sofre até hoje de Transtorno de Stress Pós-Traumático. “O corpo que vocês consideram ser o mais saudável era o que tinha nessa altura em que estava perdida.”

Em dezembro do ano passado, a atriz voltou a tocar no assunto numa conversa com a influencer francesa Crazy Sally. “Na sociedade de hoje, as pessoas sentem-se confortáveis em falar sobre a aparência dos outro quando, na verdade, não sabem pelo que estão a passar”, disse, em lágrimas.

O blackfishing

O aspeto de Grande sempre foi alvo de discussão na Internet. Quando dedicava todo o seu tempo à música, no final da década de 2010, era frequentemente acusada de “blackfishing”. Esta expressão, que não tem tradução literal em português, surgiu em 2018, quando a jornalista Wanna Thompson (especializada em hip hop) partilhou uma opinião no Twitter sobre o número crescente de “mulheres brancas que se faziam passar por negras no Instagram”.

O comentário de Thompson foi, acima de tudo, uma crítica “ao comportamento de artistas brancos que parecem imitar a aparência dos negros” para daí retirarem benefícios. Ariana Grande era frequentemente apontada como um dos casos mais flagrantes desta prática. A artista — que se tornou uma das estrelas do canal Nickelodeon quando tinha apenas 16 anos — foi diversas vezes acusada de “apropriação cultural e ambiguidade racial”.

Filha de pai italiano e mãe norte-americana, ambos caucasianos, o tom de pele de Ariana Grande durante a adolescência (passada em frente às câmaras) era bem mais claro. A tez da artista escureceu gradualmente ao longo dos anos — mudança que os críticos não se cansavam de sublinhar.

A polémica capa da “Vogue”.

Ariana nunca respondeu às acusações, mas o mesmo não se pode dizer de Pete Davidson, com quem esteve casada durante cinco meses em 2023. “A minha carreira acabaria amanhã caso abusasse do autobronzeador e aparecesse na capa da ‘Vogue’ a falar mal de uma ex., mas ela faz isso e ninguém vê problema algum”, apontou o comediante num dos seus especiais para a Netflix após a relação ter acabado.

Em questão está uma capa da revista lançada em julho de 2019, onde Grande aparecia, novamente, com a pele mais escura do que era em “Victorious” e “Sam & Cat”, séries da Nickelodeon. Muitos frisaram que as imagens capturadas pela célebre fotógrafa Annie Leibovitz ajudaram a reforçar a “ambiguidade étnica” da artista, conferindo-lhe legitimidade.

“Ela agora é negra?”; “Quem é esta mulher de cor?”; “Porque é que esta mulher branca está a apresentar-se como se fosse negra?”; “Abutre de culturas”; “Desculpa, mas isto não está bem. A Ari não é assim”, foram algumas das reações negativas à publicação.

As acusações de ter arruinado um casamento

Nos últimos tempos, os rumores de que a cantora tenta usurpar outras etnias têm desaparecido. No Instagram, já aparece com uma tez mais típica de uma mulher caucasiana. A polémica que a rodeia agora é outra.

Namora atualmente com Ethan Slater, um ator que conheceu no set de gravações de “Wicked”. A relação entre ambos começou em julho de 2023, que foi, simultaneamente, o mês em que Slater se divorciou da mulher. A justaposição destas datas levou a Internet a especular se o marido teria traído Lilly Jay.

No final do ano, quando fez um balanço dos 12 meses anteriores, Grande falou, embora de forma bastante vaga, sobre todos os boatos. “Nunca senti um maior orgulho, felicidade e amor, enquanto me sentia profundamente mal entendida por pessoas que não me conhecem, que juntam sussurros e criam com isso as histórias que querem da minha vida”, escreveu num story do Instagram.

Menos vaga foi Lilly Jay, a ex-mulher de Ethan Slater, que a 19 de dezembro de 2024 abordou publicamente a polémica em entrevista com a revista “The Cut” e revelou que o desmoronamento do casamento representou “os dias mais tristes” da sua vida.

“Mudei-me, cheia de confiança, para outro país [Reino Unido, onde decorreram as gravações de ‘Wicked’] com o meu filho de dois meses para poder apoiar a carreira do meu marido”, começou por explicar.

“Consumida pela magia da maternidade, não percebi que a distância entre nós apenas aumentava. Agora, há dias em que não consigo escapar à promoção de um filme associado aos momentos mais tristes da minha vida. Resta-me aceitar que tenho de lidar com a queda repentina e pública do meu casamento”.

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