Acabou-se o suspense. A quinta referência de “Vinhos do Outro Mundo” foi desvendada na passada sexta-feira, 27 de junho. Chama-se Neptuno, foi produzido em Florença, Itália, e cada garrafa custa mais de 1.100€.
Neptuno é o quarto vinho produzido na Toscana por Cláudio Martins, wine adviser, que tem uma garrafeira em Seia, conjunto com Bibi Graetz, um dos mais reconhecidos enólogos italianos da atualidade. A referência é feita através de vinhas velhas em Lamole e Olmo, e estagiou durante 10 anos em barricas antigas de carvalho francês.
“A essência deste projeto reside na sua excentricidade e exclusividade, que o tornam único e incomparável”, afirma Cláudio Martins. Esta referência não foi exceção. Foram produzidas apenas 562 garrafas, das quais 25 por cento já foram vendidas e mantém uma identidade muito vincada, assente no envelhecimento prolongado do vinho. Cada garrafa está à venda por 1.100€.

O projeto começou em 2021 e cada vinho da série simboliza um planeta do Sistema Solar. A meta passa por chegar a um total de nove produtos. O primeiro foi Júpiter, um vinho português produzido na Herdade do Rocim, no Alentejo. Seguiu-se “Uranus”, lançado em 2022, em parceria com o produtor espanhol Dominik Huber, da Terroir al Limit, em Priorat, Espanha. E em 2023, foi a vez de “Saturn”, produzido em conjunto com o alemão Ernest “Erni” Loosen, no Vale do Mosel.
O objetivo agora é completar o Sistema Solar e, embora afirme que não pode adiantar muito mais, revela à NiT que haverá neste lote mais um representante português: “O último será um dos fortificados, Porto, Madeira, Moscatel ou Carcavelos. Os restantes serão de outras regiões como Toscana, Geórgia, Estados Unidos, Champanhe e Bordéus”.
O próximo está previsto ser lançado no final deste ano. O vinho, o produtor e as garrafas já estão escolhidas e encontram-se, neste momento, a “estagiar”.
Desde o arranque que os valores de cada garrafa — que podem chegar aos 28 mil euros — deixaram colegas de profissão e muitos clientes indignados. Mas Cláudio Martins não tem dúvidas que é o preço justo.
“Quando não existem oportunidades temos de as criar. Neste caso foi posicionar um produto tão nobre como o vinho. Os nossos vinhos têm muita qualidade e nunca tinham sido vistos como uma categoria mais luxuosa, exceto algumas mais pontuais. Se o cliente não tiver problema em pagar quatro dígitos por uma garrafa, porque não aproveitar? Acredito que o País precisava desta categoria”, refere.
Pode ler mais sobre a história da série Wines From Another World neste artigo da NiT.