Uma nova e explosiva entrevista de Johnny Depp foi publicada este domingo, 22 de junho, pelo “The Sunday Times”. O ator autointitulou-se como “um idiota” e uma “cobaia do movimento MeToo”, quando questionado sobre o mediático julgamento com a ex-mulher, a atriz Amber Heard.
Depp, de 62 anos, está atualmente a promover o lançamento de “Modi: Três Dias na Asa da Loucura”, o seu mais recente trabalho como realizador, nos cinemas do Reino Unido. Na entrevista, porém, não deixou de dizer tudo o que pensa sobre as polémicas dos últimos anos.
As alegações de violência doméstica de Heard contribuíram para dois julgamentos — um em 2020, no Reino Unido, e outro nos EUA, em 2022. A atriz de “Aquaman” venceu o primeiro. Já o segundo aconteceu depois de Depp ter processado Heard por difamação devido a um artigo de opinião que escreveu no “The Washington Post”, no qual se referia a si própria como “uma figura representativa da violência doméstica”.
O último julgamento foi transmitido em direto no YouTube e tornou-se num dos mais mediáticos da história, tendo revelado pormenores obscuros sobre a vida do casal. No final, o júri decidiu que Heard difamou Depp e, ao mesmo tempo, decidiu que Depp difamou Heard ao defender-se das acusações. No entanto, a atriz foi obrigada a pagar-lhe 10 milhões de dólares (8,6 milhões de euros).
“Foi longe demais”, confessou ao “The Sunday Times”. “Eu sabia que teria de me . Toda a gente dizia: ‘Vai passar!’ Mas não posso confiar nisso.” O protagonista de “Piratas das Caraíbas” disse que sobreviveu a “todos os golpes e a todas as tretas”. “Olha, nada disto seria fácil, mas não me importava. Pensei: ‘Vou lutar até ao fim’.”
Depp acrescentou ainda que foi “ingénuo” por se apaixonar por Heard. “Se fores tão ingénuo como eu, por vezes olhas nos olhos de alguém e vês tristeza. Pensas que podes ajudar. Mas nenhuma boa ação fica impune”, disse.
Além disso, criticou os antigos amigos que não o apoiaram. “Há pessoas, e estou a pensar em três, que me fizeram mal”, disse o ator, sem revelar nomes. “Estas pessoas estavam nas festas dos meus filhos, a atirá-los ao ar. E, atenção, compreendo que não me conseguiram defender, porque o mais assustador para elas foi fazer a escolha certa.”
As alegações de Heard surgiram durante o divórcio do casal, em 2016, um ano depois do casamento. Nesta altura, a queda do realizador Harvey Weinstein, que originou o movimento MeToo, ainda não tinha acontecido. “Fui como uma cobaia para o MeToo e absorvi tudo”, disse Depp.
Em 2018, o ator também interpôs uma ação por difamação contra o jornal “The Sun” depois de a publicação se ter referido a ele como um “espancador de mulheres” — no entanto, o tribunal britânico decidiu que o jornal tinha provado que a citação era “substancialmente verdadeira” e Depp perdeu o caso.
Mais tarde, no mesmo ano, deixou a saga “Monstros Fantásticos” da Warner Bros, depois de afirmar que o estúdio lhe pediu para renunciar ao papel após o julgamento.
Apesar de todas as polémicas, Depp prepara-se para regressar a Hollywood. O ator vai ser o protagonista de “Day Drinker”, onde contracenará com a espanhola Penélope Cruz. A longa-metragem deverá ser lançada em 2026. Heard, por sua vez, preferiu afastar-se da confusão mediática e mudar-se para Espanha com a filha.
Leia o artigo da NiT para recordar todas as polémicas do julgamento entre Depp e Heard.