A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários confirmou esta quinta-feira, dia 26 de junho, 102 casos de um linfoma raro ligado ao uso de implantes mamários. Trata-se do linfoma anaplástico de grande células associado a implantes (BIA-ALCL), um tipo raro de linfoma não Hodgkin, ou seja, apenas aparece a mulheres que não têm implantes.
Segundo o relatório, citado pelo jornal espanhol “El Mundo”, este linfoma manifesta-se normalmente através do inchaço persistente na mama, embora, em alguns casos, possa também surgir como um nódulo na axila. A condição costuma aparecer entre três a 14 anos após a colocação das próteses e, na maioria dos casos, está relacionada com o uso de implantes texturizados, os mais comuns no mercado.
Em 88 dos 102 casos registados pelo estudo, as pacientes tinham próteses texturadas. Houve também dois caos com próteses de poliuretano, e nos restantes não foi possível identificar o tipo. Apesar do alerta, as autoridades espanholas indicam que a maioria das situações teve evolução benigna após a remoção dos implantes e da cápsula.
O Infarmed — entidade que regula os medicamentos e dispositivos médicos em Portugal — também já se pronunciou sobre a situação. No site, explica que o risco de desenvolver este tipo de linfoma é de cerca de 1 em 100 mil. Na maioria das situações, o tratamento é eficaz com a simples remoção cirúrgica das próteses.
De momento não está prevista qualquer suspensão ou recolha de produtos em Portugal, mas o Infarmed “continuará a monitorizar a situação a nível europeu” e recomenda a em caso de sintomas suspeitos, como inchaço, dor ou nódulos, que as mulheres procurem de imediato acompanhamento médico.